sábado, 12 de abril de 2008

é obrigatório pôr título?

Sempre, desde quando eu era uma miniatura de mim, tive dificuldade com títulos. Meus títulos sempre são idiotas como "acordei tarde" ou "estou com sono" ou "férias felizes". Sempre tive pânico de narração em vestibular porque corretores querem títulos originais. Acho realmente constrangedora a obrigatoriedade dos títulos. E admiro demais pessoas que escrevem coisas inteligentes/engraçadas/criativas nesses malditos retangulozinhos repressores.

Outra coisa que sempre me indignou em blogs é a impossibilidade de se começar um parágrafo dignamente. O que custa fazer algo que permita o aparecimento do bonito espaçozinho-de-começo-de-parágrafo depois de apertar o 'tab'? (Vai ver até tem e eu, ignorante, não tô achando.)

Ontem a Isa me viu comentando num blog, viu minha foto e perguntou: "Carol, você tem blog?" Sabe, eu NÃO TENHO um blog. Ainda não tenho. Não publicamente e acho que vai continuar assim. Eu não falei que poucos dias depois eu ia sentir vergonha do meu primeiro post? Pois é! Já sinto uma vontade quase incontrolável de apagá-lo. Eu lembro agora que eu refletia muito minha carência nos meus blogs. Eu sentia a necessidade de ser lida, mesmo falando que não fazia questão de que lessem. Era uma forma de receber atenção, de ser ouvida. Sendo que eu não era ouvida de outras formas porque eu não falava! Hauhauahua. Muito engraçado lembrar o que a gente pensava no passado. Enfim. Eu refletia minha carência em blogs. Agora eu não quero refleti-la em lugar nenhum e em ninguém. Essas coisas são perigosas. E tenho receio de que em dias descontrolados nos quais eu falo compulsiva e inpulsivamente coisas com as quais eu nem sei se concordo eu acabe achando uma brecha pra me descontrolar on-line e não no silêncio sensato do meu quarto.

Pra começo de conversa, nada de "blehs". De onde eu tirei isso? Olha que palavra horrorosa! Nossa, definitivamente vou apagar meu primeiro post. Vou mudar o nome do blog também, só não sei pra qual (a mesma ladainha de títulos). Não vou falar sobre minhas desgraças, nem sobre meus tédios. Também não tô afim de escrever sobre meu dia, porque escrever o percurso Casa - StaCândida/CapãoRaso - UTFPR - Yoga - StaCândida/CapãoRaso - Casa todo dia não dá, nãããão dá. Não escrevendo sobre essas coisas me resta escrever besteira e, nossa, entre usar meu tempo livre escrevendo besteira e lendo um livro, eu vou ler um livro, oras. Deveria, agora, inclusive, estar lendo o livro do Dostoiévski que comecei e tanto reclamo por não ter tempo de terminar.

Pronto. Não devo ter um blog mesmo. Acho que já tive minha fase de aproveitar demais isso e viver em função disso e e e... Agora eu não tenho tempo nem pra dormir. Vai ser um post a cada 5 meses, algo do tipo. Não faz sentido se eu não estou disposta a abrir minha vida particular pro mundo inteiro.

O que acontece é que eu sou muito nostálgica. Volta e meia me dá saudade do meu ensino fundamental quando eu não precisava estudar pra ir bem na prova, quando eu não precisava me empenhar em trabalhos, quando eu ficava das 14h até as 20h fazendo minhas unhas com a maior perfeição, quando eu assistia a todos os seriados do universo, lia todos os livros do mundo e configurava por horas e horas o meu blog. Então, numa tentativa absurda de voltar no tempo e prolongar minhas horas livres eu crio um blog sem nem saber por quê. Não tenho pique pra contar meu dia, não tenho as caras de contar oq eu sinto assim tão publicamente... por que raios eu criei um blog?
Por nostalgia, pura nostalgia. E nos dias que eu tiver bem beeeeeem nostálgica talvez eu venha aqui fingir que é tudo descomplicado como antes. (ó drama! parei de escrever em internet por isso, porque quem lê não sabe o tom que você está usando e tudo soa tão dramático! ui, ui.)

Aproveitando que pseudo-não-tenho trabalhos pra fazer (poderia estar fazendo alguns, mas qual a graça de fazer com antecedência? tem que fazer um dia antes pra depois poder recalmar de sono =p), vou relembrar os velhos tempos contando... (não, não mudei rápido de idéia. Entrei aqui pra contar mesmo meu dia, mas já avisando que isso não vai se repetir muito).

Ontem o céu tava o céu mais lindo do mundo! Nunca vi um céu tão lindo, em todos os dias da minha vida. Bem, depende. Se for pensar em alegria, companhia, amor, já vi céus muito mais lindos, eles eram muito muito mais lindos e depois que eles foram embora pra outro mundo eu demorei pra conseguir olhar pra cima de novo. Voltando a ontem, olhando só o céu, só-o-céu, sem a influência da companhia-que-deixa-tudo-mais-bonito, sem o sentimento que deixa tudo mais azul e todas aquelas coisas fofas... olhando só o céu numa ordenação de grupo, independente e separável de outros fatores (ê, fayga! \o/), numa observação fria e objetiva, o de ontem era o mais lindo que eu já vi! Sem nuvem alguma, contrastando com as árvores num tom de azul que “não existe”! Impossível representar aquela cor com cyano, magenta e branco. Ou sem magenta, ou sem branco, ou... Não dá! Im-pos-sí-vel! Os professores de teoria da cor dizem que se pode fazer todas as cores a partir das primárias, mas duvido que a professora-perfeita-Luciana conseguisse achar aquele tom com guache. Talvez, beeeem talvez, o Toulouse Lautrec conseguisse achar com pastel, mas bem talvez mesmo.

Enfim, era o céu mais lindo de todos os tempos. Eu poderia casar com aquele céu. Eu poderia morrer naquele momento olhando aquele céu. LINDO! E aquelas tendas que puseram no pátio da UTFPR impediram grande parte dos alunos de presenciarem aquela imagem maravilhosa.

Todas nós nos empolgamos em passar a tarde em um parque curtindo o sol e o céu. Cheguei em casa da aula, tomei banho, passei um tratamento caríssimo de três passos que eu comprei (e fali) pra ver se desisto de passar a máquina-zero no meu cabelo, almocei, me arrumei e peguei TRÊS ÔNIBUS pra chegar ao Jardim Botânico. Tanto empenho pra descer no tubo e ver o céu cinza (curitiba-do-mal) começando a desabar.

Isso nos desanimou? Jamais! Exemplo de brasilidade! Fomos todas peitudas (me refiro à coragem, não me processem por propaganda enganosa) pra baixo de uma árvore. Não desistimos. Esticamos a toalha de chita pra fazer piquenique e ficamos lá no frio sendo atacadas por milhões de folhas secas-de-outono arrastadas pelo vento. Já contei que tinha mil casais por lá? Pois é. (pois é). Pulando essa parte, rimos um bocado, porque o que vale é a companhia (ah! Estávamos a Gabi, a Isa e eu. O resto do pessoal furou), e voltamos. Fui em casa pegar minhas frescurites de mulherzinha pra dormir na casa da Gabi, fui ao supermercado com a minha irmã, abracei ela pra cabermos as duas debaixo de um guarda-chuva, e fomos alvo da imaginação-podre dos pervertidos que olham duas garotas quase-gêmeas e acham que elas vão se comer por estarem abraçadas.

Pulando mais detalhes chatos, fui à casa da Gabi. A Isa e a Ju também foram. Foi ótimo. Rimos e rimos e rimos, e comemos uma pizza maravilhosa, e dormimos na primeira cena de um filme ótimo, tudo porque fazemos Design. Nossa, essa faculdade atrapalha até as noites da mulherada.

Tive um sonho bizarro ultra-cinematográfico. Só que, mesmo tentando relembrar os velhos tempos, não estou nem minimamente afim de contar como foi.

Agora estou aqui em casa de bobeira. Apanhando do Photoshop. Revoltadíssima com esses grupos incompetentes que passam uma tarde na mesma batucada e têm coragem de dizer que tocam maracatu (tem um grupo desses agora aqui perto da minha casa). Se eu fosse milionária, pagaria uma passagem pra eles irem a Recife ouvir o bom e verdadeiro maracatu. Como não sou, me conformo em ver filmes bobos, ler, comer gelatina, tomar chazinho, ouvir música, fazer nada e, como em todo dia, nostálgico ou não-nostálgico, me conformo em sentir saudades.

Esqueci de contar que meu cabelo está a caminho da perfeição. Valeu a pena falir por uns meses com aqueles cremes. Uau! Acho que esse é o primeio tratamento da minhaaa viiiida que deu resultado. Tomei altas gotejadas de chuva ontem e ele continuou lindo. Dormi, acordei e ele continuou lindo. Vim pra casa, tomei mais chuva, E ELE CONTINUOU LINDO! Parece milagre, parece sonho, parece impossível!

Pff, minha promessa de escrever pouco foi por água abaixo, assim como minhas promessas de ano-novo. Ah, já que é pra relembrar velhos tempos, tem que relembrar direito, néan? Putz, se eu escrevi tudo isso, talvez eu tenha um blog. Será? Que coisa, depois eu penso sobre isso. Tchau, até a próxima nostalgia, beijomeliga.
*adorei isso de poder mudar o tamanho da letra.

Um comentário:

Lucas. disse...

Olha só: Mais uma que faz ótimos posts e escreve que é uma beleza..
cada vez mais fico com vergonha do que escrevo no meu blog...

Eu vi o céu no sábado.. Colorido..
Sabe o céu do "Moça com brinco de pérola"? As nuvens não eram brancas, eram... vermelhas, azuis, amarelas e cinzas.