quinta-feira, 17 de abril de 2008

07.10.2007

Que saudade de falar naturalmente, descarregar, libertar tudo. Mas não é com qualquer pessoa que dá pra falar assim, não é mesmo. Lembrar disso faz apertar mais ainda a saudade dessas pessoas com quem isso é possível.
Estudei muito, muuuuito. Demorei pra me concentrar, o cansaço era grande. Resolvi ligar Janis Joplin pra dar uma acordada, mas quem disse, né? Acordei! Mas fiquei cantando empolgadamente sem prestar atenção em nada do que eu estava lendo. Saí, então, à caça de um cd de música clássica. Tinha vários na minha pilha de cds, mas sumiram nas férias junto com vários outros. Que coisa! Depois de um tempão achei um do Mozart e liguei. Sempre ouvi dizer que pessoas que estudam com música clássica tem melhor desempenho. Não é que é verdade? Nooossa, me concentrei muuuuuuito bem. Até as 4h da manhã. Estava lendo sobre igrejas pombalinas. Li uma, duas, três e não entendia nada. Duas hipóteses: Ou o texto era mal escrito ou o sono tava me atrapalhando. Resolvi mudar de autor pra ver se era o sono ou se era o texto. Era o sono. Me arrastei até o sofá e dormi instantaneamente.
Hoje acordei atrasada. Bêbada de sono. É, de novo. Há umas duas semanas não durmo direito. Ouvia o despertador, mas esquecia que tinha ouvido, e depois pensava "será que meu celular apitou?" Pois é, acordei atrasada. Andeeeeeeeeeei, andeeeeeeeeeeei, perdi a aula mais perfeita da semana e bem umas 2h de estudo pra ir até o consultório da nutricionista descobrir que ela ainda está doente e não pode me atender. Que raaaaaiva me deu. Mas aí abriu uma brechinha no céu, eu vi o sol, me animeeeeeeeeei de uma forma incrível! Senti calor (deve ser psicológico), tirei o casaco e fiquei no maior clima de verão. Não durou muito tempo, né? Forçar verão não tava dando certo.
Fiz a prova de História da Arte, mandei bem (ufa!). Mas estudei tanto a Missão Francesa pra quê? Estudei tanto rococó pra quê? Estudei tanto a arte acadêmica pra quê? Não contive a indignação e perguntei enfaticamente: "Mas professooooraaaa, cadê o Debret???" Devorei a história do cara nos mínimos detalhes, ela repetiu mil vezes o nome dele assim como repetia o do Goya no semestre passado pra, no final, não fazer nenhum questãozinha sobre ele? EU QUERO ESCREVER SOBRE O DEBRET! (não agora, não se preocupem, poupar-vos-ei desse episódio.)
No intervalo descobri passagens aéreas semi-gratuitas pra são paulo. Matamos aula pra ir comprar (vamos pra manaus a partir de são paulo) pra no final das contas não dar certo. Não deu. Não compramos. Sono, chuva, passagens não compradas, aulas perdidas das duas matérias mais perfeitas do semestre... ¬¬
Depois fui pra Yoga. Enjoei de lá. 6 meses de investimento monetário pra não melhorar minha flexibilidade na mesma proporção. Melhorou. Mas nem metade do que eu gostaria. Minha coluna nem ouso comentar. Decidi que quero dançar tango. Sempre quis. Mas agora quero logo. Vou trocar yoga por tango. Só falta saber onde eu vou achar uma boa aula. E falta saber se pessoas solteiras podem dançar. ¬¬. Acho absurdo só casais poderem se matricular. Aí, mais um pepino. Tenho que achar um lugar perto, com horário compatível, com boa aula, com preço digestivo, que tenha monitores disponíveis dispostos a ensinar tango pacientemente a garotas-sem-par. Acho que é sonhar meio alto.
Pff. Não quero escrever nada muito profundo hoje, não quero pensar. Dia perigoso. Esse post fez juz ao título do blog. Que droga! Vou apagar. E vou mudar o nome do blog, logo. Assim que eu dormir e voltar a ser uma pessoa com idade orgânica compatível à idade biológica (pessoas morrem de infecção generalizada se não dormirem direito... descobri no semestre passado. o organismo vai envelhecendo até pifar. fizeram testes com pessoas que dormiam 4h por noite durante uma semana. ao final do teste o organismo delas funcionava como o organismo de uma pessoa de 65 anos).
Agora vou ficar em silêncio, pensar em nada e dormir, aaaaaaah, dormir muito porque o sono é gigantesco! Ah! Pequeno aviso: vou descansar minha cabeça no final de semana e tentar me acostumar ao inverno pra fazer bons posts na semana que vem. Ócio criativo, gente, ninguém merece posts diários meus. Que nem programa humorístico. Quando é mensal, é bom pra caramba. Se vira semanal, cái a qualidade.
PS: Aaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhh! Acabei de ganhar uma pantufa liiiiiiiiiinda da minha mãe. É de tigrinho, e ele tem carinha de sono igual a miiiiiiiiim! Aaaaaaaaaaaaah!
Vai aí um texto do ano passado em memória à minha sempre-melhor-amiga que adorava tudo que eu escrevia.
Não entendo como tantos valores se perderam e como todos se conformam tão bem em viver assim.
Não entendo como a beleza das pequenas coisas deixou de ser observada, como a vingança e a competição se tornaram prioridades.
Não me conformo em ver que quase ninguém acredita no ‘pra sempre’, preferem focalizar suas vidas em objetivos efêmeros.
Não entendo a necessidade de sobressair a qualquer custo, agir por interesse, chegar ao topo mesmo que antes se tenha que passar por cima de alguém.
Não sei pra que servem tantas brigas. O que se consegue com isso? A longo prazo, que benefício se alcança?
Não vejo sentido em fazer de pequenas discordâncias grandes monstros. Diálogo e respeito resolvem qualquer problema, mas quase ninguém tenta simplificar assim.
Não sei como se pode sentir prazer em diminuir alguém, em destruir seus sonhos, machucar e sair contando vantagem.
Não entendo o comodismo de falar “eu sou assim” sem a preocupação de mudar, ao menos tentar amenizar os próprios defeitos.
Não sei por que não se esforçam um pouco mais para que as coisas dêem certo, por que não abrem mão de seu egoísmo em nome do amor e da paz.
Não entendo como podem descansar e preferir a distância, enquanto um pouco mais de compreensão, maturidade, zelo e altruísmo manteriam a união.
Não vejo razão em tanto rancor, cólera e desprezo, em achar que ouvir um “não” é o maior sofrimento do mundo.
Não entendo o pensamento ditatorial que não permite a liberdade de opinião. Pra que tantas divisões, tanto ódio por quem tem preferências diferentes? Já existem raiva e segregações demais. Pra que piorar?
Não entendo a maldade de se sentir bem em criar desavenças e destruir relacionamentos. Tudo para se sentir grande em sua pequenez. Tudo para se sentir desejável em sua beleza perecível.
Não entendo a preocupação com status, interesse de se passar uma imagem, essa constante atuação tida como necessária que impede que os próprios personagens saibam quem são por trás de suas máscaras.
Não sei por que se acham obrigados a falar o que não sentem, a agir como não pretendem, a demonstrar o que não pensam, só para serem aceitos por alguém que jamais lhes dará real importância.
Não sei como não se incomodam em banalizar o que é importante. Fazem das palavras um brinquedo, instrumento do seu jogo de aparências, fazem de cada frase uma mentira para obterem vilipendiosamente suas superficialidades.
De novo, não entendo como tantos valores se perderam e como todos se conformam tão bem em viver assim. No final, só o que importa é o amor, a amizade e a vontade de mudar o que se tem de mau por dentro. Mas a maioria não enxerga essa verdade. São conformados, não lutam pelo que realmente vale a pena. São personagens, vivem tudo isso só da boca pra fora.

Ana Carolina de Macedo Macário, 07 de outubro de 2007.

3 comentários:

isabela. disse...

é mesmo, nem adianta forçar um clima de verão.
o sol apareceu por uns cinco minutos e sumiu.
aí veio o ventãão.
e depois a chuva.

D:

Anônimo disse...

uau...
preciso comentar...

q texto!
q conceito!

(estou quase me sentindo ser da pior especie...)

mas o texto foi lindo...
sem brincadera...

;)

Bruninha disse...

Putz, nem me fale, xuxu! Tudo o que eu mais preciso agora é dormir....estou tão desesperada com o vestibular! Vc n tem ideeeeia da situação! Vou p aula d desenho com o complexo "tds sabm desenhar, menos eu". Vejo sombras e composições magnifikas e piro.
Ainda mais pq o professor flou q um dos meus vasos parecia um piniko! Hahushuahsa preciso descansar...dormir e dormir ateh terça de manhã.
Vou aproveitar meu feriado...e aproveite o seu tb!
Tb te amo, querida.
Beijos!