terça-feira, 29 de abril de 2008

é a sombra dos séculos guardados, é a força que doma a terra inteira

Estava vendo o blog da Isa. É... os blogs me inspiram, ou me dão um ponto de partida pras besteiradas que eu escrevo aqui. Não que os blogs que me inspiram sejam de besteiradas. Pelo contrário, eles me fazem acordar de vez em quando, me fazem parar de atuar pra prestar atenção em mim. Lembrei que em outubro do ano passado eu tive certeza de que ia morrer. Deixei todas minhas senhas (email, orkut) com minhas amigas mais próximas (pras quais eu podia contar que sentia que ia morrer sem ser ridicularizada), e contei onde estavam as minhas coisas secretas que minha mãe não pode ver. Não quero que as pessoas fiquem por meses me mandando scraps como se eu estivesse viva (admirável que eu pense assim mesmo que eu não consiga parar de mandar scraps pras pessoas que não podem mais lê-los), não quero pessoas olhando repetidamente minhas fotos e minhas comunidades, ou seja lá o que for. Claro que é bom estar num porta-retratos de um cantinho especial da sala ou do quarto. Claro que é bom ser lembrado. Como minhas fotos que estão na minha prateleira e sobre meu piano. Mas não quero que as pessoas finjam que eu estou viva. Enfim, a sensação de outubro nunca passou, até hoje. Na verdade, sinto isso desde novinha, que não viveria muito tempo. Mas nunca dei muita importância pra isso.

Só ultimamente que tudo tomou força. Muitos dias saio de casa achando que não vou voltar, abraço todo mundo forte, me despeço. Olho o céu mais uma vez demoradamente, sinto a água quente do chuveiro caindo no corpo gota por gota, bebo água como se fossem suspiros de vida. Ligo pra quem quero ligar e digo as coisas que gostaria que lembrassem como minhas últimas palavras. Também tenho cartas guardadas, que não tenho coragem de enviar, dizendo coisas que não tenho coragem de falar mas que me arrependeria de não ter falado se eu morresse. Aí avisei minhas amigas sobre onde elas foram guardadas, para que sejam entregues às pessoas quando eu for embora. Espero que elas ainda tenham guardadas as recomendações. Acho que vou mandar um email de novo, atualizado. Mas falta ainda fazer meu testamento. Estou me enrolando desde outubro. Aí se eu me surpreender do outro lado vou pensar “Ô drooooga, meu testamento que eu demorei pra fazer! Já era!” De qualquer forma, já faz mais de meio-ano que eu sinto isso e eu ainda estou aqui, né? Vai ver vou morrer com 120 anos e tô pirando.

Apesar de meio doido e de ouvir todo mundo falando “creeeeeeedo, carol, você vai viver até seus 200 anos” (como se eu quisesse viver super muito ¬¬) existe um lado bom de sentir essas coisas. O bom é que eu estou sempre preparada pra ir embora. Como nunca, estou me dando bem com a minha família. Não altero mais a voz, não brigo (apesar de que raramente brigava, odeio brigas), tento não sentir raiva... abraço muitas vezes por dia, digo que amo e faço as pessoas que eu amo sentirem que são importantes pra mim. Aproveito o céu, aproveito as risadas, presto atenção em cada demonstração de carinho porque é pra essas pessoas que me demonstram carinho que eu mais quero dar atenção. Quando vamos a um cemitério por uma pessoa amada, uma das coisas que mais dão força, um dos maiores consolos, é ter a certeza de que essa pessoa sentiu o seu amor, que ela foi embora sabendo que é amada. Quero deixar esses momentos também pras minhas pessoas. Se eu for mesmo embora, quero que elas lembrem desses dias, dos meus abraços, de quando eu disse explícita ou implicitamente que elas são importantes pra mim. Eu acabo vivendo mais verdadeiramente, deixo passar menos coisas. Isso é bom, muito bom.

Segunda-feira (ontem) acordei me sentindo mal. Tudo estava engasgado na garganta. Acordei sem energia, carregada, não sei que palavra expressaria. Olhei as fotos, olhei e é... (reticências). Me senti “expremida” (com X, porque com S não soa como realmente foi). Me senti sem chão de novo. Mas aí eu aumentei o volume do som e cantei “eu era um enigma, uma interrogação. olha que coisa, mas que coisa à toa, boa, boa, boa, boa, booooooaaaaaaaa” pra melhorar. No final das contas nem reparei no céu. Não sei como estava. Quando chegou meio-dia fiquei muito grata por poder voltar pra casa e dormir a tarde inteira. Nada como um bom sono.

O fato foi que, dessa vez, diferentemente do ano passado ou do comecinho desse ano, eu não afetei ninguém com isso. Eu sorri, não forçadamente. Eu sorri porque eu gosto das pessoas à minha volta e, quando elas sorriem, elas merecem retribuição. Eu sorri, um sorriso diferente dos dias azuis, um sorriso mais doído, mais enrugado, mas um sorriso verdadeiro que dizia “desculpe o meu silêncio, mas fala que eu gosto de ouvir”, um sorriso que dizia “que bom ter vocês aqui pra me distrair”. Isso me mostrou que eu cresci bastante. Me mostrou que eu consegui vencer o egoísmo de explodir em todo mundo a minha angústia. É muito mais gratificante sorrir, ouvir, e ajudar as pessoas que também não estão nos melhores dias a se distraírem um pouco também. Assim vai. Uma piadinha aqui, outra ali. Causar uma gargalhada espontânea já é um grande motivo pra sorrir e guardar aquele momento como um delicioso instante de um dia difícil, pra que o dia não mereça ser apagado, pra que seja guardado pra sempre.

Um sorriso verdadeiro, que vem de dentro, é uma das coisas mais especiais e lindas que existem. É uma das provas da existência de algo infinito. Algo tão lindo que quase ninguém pára pra assistir minuciosamente. Quando vejo um sorriso sincero é quando enxergo o que há de melhor dentro da pessoa. É quando enxergo um pouquinho do brilho de cada um, um pouco de seus sonhos, um pouco da sua esperança. Um pouco daquilo que talvez mesmo quem ri tente esconder ou negar ou desacreditar que existe. Mas é aquilo que há de melhor, de mais bonito, genuíno e puro. O que talvez precise apenas de um pouco de amor pra florescer. Reconhecemos um amigo quando nos vemos sendo observados e ouvidos com atenção. Nos vemos sendo compreendidos. Vemos no olhar a preocupação e o carinho de alguém. Quando cito um nome e meus olhos enchem de lágrimas, vem o amigo e abraça e muda de assunto, e brinca e ri. Ou ouve e com os olhos diz “estou ouvindo”. Ou se comunica apenas com um gesto. Se faz presente. Se faz cúmplice. São esses os amigos que merecem todos os nossos esforços. Por eles é válido gastar todas as energias pra fazê-los levantar de um baque. Quando eles estão tristinhos e conseguimos arrancar uma gargalhada deles, não há nada mais satisfatório.

Não há nada mais especial e lindo que esse instante em que sorrimos junto com pessoas especiais. O sorriso une. São ali duas coincidências de gênio, a essência da afinidade, o encontro das personalidades. Algo que fez bem a todos naquela roda, ao mesmo tempo. É aquele instante de sorrisos simultâneos que liga, une as pessoas, as torna companheiras de longo tempo, faz com que meses se tornem milênios durante algum segundos, como se aquela amizade existisse há muitos séculos. Essa vem sendo minha alegria de cada dia. Aproveitar o sorriso de cada um. Cada sorriso que eu ganho é um presente. É um momento que precisa ser guardado. É observando esses momentos que percebo quando fiz realmente bem a alguém. Quando sinto o brilho do sorriso vindo de dentro, o meu dia já valeu a pena, só por aqueles segundos de sinceridade incontestável. Nesses momentos eu sou feliz.

Pena que não temos memória seletiva. Apesar de que se assim fosse, não teríamos como explicar quem somos. Afinal, também as coisas difíceis nos fazem ser quem somos. Muitas boas mudanças que acontecem dentro de nós, aprendizados, novas formas de enxergar a vida, novas formas de lidar com as pessoas, advêm de acontecimentos difíceis. Mesmo assim, não há como contestar o fato do cérebro ser um grande sabotador. A vida vai passando, os dias vão passando, novas coisas acontecem sem a permissão de ninguém. Simplesmente acontecem, escorrem pelos nossos dedos, não temos o que fazer contra, não temos como impedir. Não nos perguntam se queremos ver novas coisas, apenas vemos. O cérebro começa a gravar, naturalmente, as novas informações. Primitivos que somos, não possuímos um reservatório acumulativo de acontecimentos. Existe um espaço limitado. Os antigos detalhes vão se perdendo, se diluindo. O filminho que gravamos vai ficando embaçado. Acho isso uma das coisas mais desesperadoras do nosso sistema. Lembro quando fui numa palestra sobre Líder Coach. Nem sabia do que se tratava, continuo não sabendo. Só sei que o palestrante pediu para que pegássemos uma folha de papel. Peguei. Ele falou: “essa folha é seu passado, dobre uma pontinha, ela simboliza sua vida intra-uterina”. Dobrei caprichadamente. “Dobre a outra pontinha, significa sua infância”. Dobrei simetricamente. “Agora mais uma pontinha, sua pré-adolescência”. Dobrei, bem bonitinho. “Agora a última pontinha, é sua adolescência até o dia de hoje”. Terminamos de dobrar, o meu papel estava todo bonitinho, dobrado igual menininha dobra. Até que o cara falou: “Essa folha é seu passado, certo? Amasse-a, e jogue-a em mim”. Todo mundo amassou e tacou a bolinha de papel no cara. Ele soltou a piadinha: “Alguém aqui não amassou? UFA! Se alguém não tivesse amassado, seria um problema!”.

Eu não amassei. Eu não consegui. Pra falar a verdade, a folhinha está guardada aqui em casa até hoje. Pô, é um problema tão grande assim? Muitos passados são uma merda, as pessoas vêem a palavra “passado” com desgosto, torcem o nariz como se farejassem lixo. Só porque meu passado não é uma merda e eu não quero me desfazer dele significa que eu tenho um problema? Minhas lembranças são muito importantes pra mim. O que eu vivi foi fundamental na formação de quem eu sou hoje. Como eu poderia jogar isso fora, desistir disso? Não acho que seja um problema. Pelo contrário, acho que é um ato de coragem. Amassar o passado e jogar pra longe é uma fuga, é uma negação da própria existência. Acolhê-lo, por outro lado, é sinal de que as coisas que tinham que se resolver foram bem resolvidas e aceitas. Não que eu esteja super resolvida com o meu passado. Mas faço disso uma meta a cada dia, aceitar mais um pouco, compreender mais um pouco. Desde que o passado não seja verdade única, não seja o centro das atenções, desde que ainda haja vontade de lutar e alcançar objetivos, desde que ainda se lute pela vida, cultivar o passado não é nenhum problema.

Eu não conseguiria continuar sem minhas lembranças. O que eu aprendi e vivi me impulsiona pra frente. É o que me impede de desacreditar de tudo. É o que me faz ver ainda as coisas bonitas. Como isso poderia ser um problema? Só assusta o funcionamento do cérebro, nesse sentido. Ele não pergunta o que a gente quer guardar. Não pergunta o que deve ficar nítido e o que pode ser borrão. Escolhe sozinho, simples assim. Ele não pergunta “agora, esse momento aqui que não te acrescenta em nada, você quer guardar?”. Não pergunta. É injusto! Aí o tempo passa. A gente torra o cérebro em busca de lembranças específicas. Lembrar a textura da pele, lembrar exatamente como era o abraço, lembrar exatamente como era olhar de perto, lembrar exatamente do timbre da gargalhada. Eu lembro que era um abraço perfeito, mas é horrível não conseguir sentir esse abraço aqui. Lembrar e sentir como se o abraço estivesse acontecendo. Eu lembro das gargalhadas. Mas é péssimo lembrar sem conseguir ouvir exatamente, com detalhes. Os detalhes pequenininhos vão se embaçando, contra a nossa vontade. Dá medo disso se perder. De um dia querer lembrar, e continuar só querendo. De torrar o cérebro em busca da voz e não conseguir achá-la. No coração tudo continua vivo, intenso. O sentimento continua. Mas dá medo de querer muito lembrar do filme, da imagem, e ser atrapalhado pelo cérebro. Primitivismo da p*rra. O que custa manter tudo nítido como se tivesse acontecido ontem?

Choveu muito pela manhã. Curiosamente, não fiquei de mau-humor.

Música perfeita do título: "Caribenha Nação - Lenine" (pra variar um pouco)

quarta-feira, 23 de abril de 2008

I believe in memories, they look so pretty...

Eu não ia postar hoje. Sentei rápido nem lembro pra quê. Depois resolvi ler. Então não resisti e vim escrever.

Primeiro, sobre o paradeiro do padre. Gente, a Globo anda agitadíssima. O que é isso? Não assistir tv faz com que a pessoa seja excluída pela sociedade. Só soube que uma crancinha foi morta pelos pais há uma semana. Só soube da história do padre que viajou de balão hoje de manhã. Tinha gente que sabia até que o terremoto tinha sido às 21:05h de ontem! Se não fosse a Bru, eu não saberia da criancinha. Se não fosse a Gabi, eu não saberia do padre. Se não fosse a Isa com medo do prédio cair, eu não saberia do terremoto. Como assim? Como a Globo impõe isso às nossas vidas? Por que eu tenho que assistir Jornal Nacional pra ter acesso às notícias quando elas ainda são novidade? Que saco, não tô afim mesmo de assistir Globo. A gente pára pra ver jornal e acaba emendando com a novela. Odeio novela, odeio os péssimos atores que pioram a cada dia, mas acabo assistindo. e ainda fico ansiosa pra chegar o dia seguinte pra ver a vilã sendo presa. ME RECUSO A ASSISTIR GLOBO.

Parece até aquele discurso palha que todo adolescente pseudo-revolucionário faz, né? Que durante a guerra, protesta contra o Bush, promete não comer no Mc Donalds e de birra vai comer no Bob's,s... Double Cheddar regado a Peeeeeépsi, aaaaaah, pq eu tô protestandoooo, eu sou rebeldeeeee, e eu vou faliiiiir os Estados Unidos comendo no Bob's que também é de láááá.

Ou então parece discurso daqueles pseudo-socialistas. Vestem Cavalera, usam perfume Givenchy, com pulseirinha de strass (ou tenis Nike pros meninos) e falam "meoooo, a fome no mundo meoooo, porque tipo cara assim meo tah ligadoooo, esse país é uma merdaaaa" (baseado em fatos reais. uma menina tava embaçando a maravilhosa voz do Lenine durante o meu show perfeito de 4 de fevereiro falando isso com a pulseira mais brilhante que eu já vi na vida). Nada contra Nike (tá, só um pouco), nada contra Givenchy, e não sou super a favor do socialismo também. Sou a favor da teoria que é muito bonita mas nunca funcionou em lugar nenhum, e nunca vai funcionar, porque sempre tem um hipócrita pra deturpar a filosofia do sistema. Nenhum sistema é perfeito, existe um monte de grandes merdas no nosso, mas não vou negar que eu sou capitalista. Amo sapatos, amo produtos de cabelo, amo até pulseiras de strass embora não fiquem bem em mim. Mas tem gente que força a barra e dá muita raiva assistir a tanta hipocrisia em silêncio. Viva o que você fala. Se faz discurso socialista, seja socialista, porra. Se você adora o capitalismo no conforto do seu lar, no seu armário, ou mesmo na vitrine, admita que é capitalista. Deixando claro que eu não estou dando indireta pra ninguém. Talvez só pra menina do show que nunca vai ler isso daqui. Não externei minha raiva daquele dia até hoje. Ah! Esqueci de contar um detalhe. A pulseira mega brilhante dela, se foi comprada numa loja de esquina, deve ter custado 60 reais. Se foi comprada numa loja cheia-das-frescuras, não custou menos que 200 reais. Só que, estávamos no Recife antigo (não é um dos bairros mais seguros de recife, é até perigoso), assistindo a um show gratuito, o recife inteiro ali de graça... por zelo à própria segurança, todas as pessoas sensatas ali estavam vestidas com calça rasgada, tenis furado, blusa do pijama, sem celular, sem relógio, apenas com dez reais escondidos na meia. E a guria põe uma pulseira dessas pra ir num lugar desses me atrapalhar a ouvir o Lenine pra ficar berrando sobre a fome no Brasil? Quanta hipocrisia!

Desculpem-me. Não planejava falar nada disso. Planejava muito menos descontar aqui a raiva que tenho das pessoas que falam e não movem uma palha pra ajudar quem quer que seja. Tem mais de dois meses que eu lembro dessa cena em silêncio. Toquei no assunto de Globo e acabei parando aqui. Nossa. Ok, chega disso.

Voltando ao fato de que sempre sou a última a saber as notícias, não vou ver Globo mesmo não. É mais legal ouvir pelas pessoas. Elas sempre contam de um jeito engraçadinho. É mais legal ouvir delas. De qualquer forma, vou arrumar um tempo pra ler jornal, e ler Novae (tentei linkar o site da novae ali do lado mas não consegui não) nem que eu não durma nunca mais na vida e tenha que comprar Renew 40+ em 2009 (esqueci de novo de passar protetor solar antes de escrever aqui).

Hoje o dia acordou perfeito. PEEEERFEEEEEEITO! Passei uma vergonha inacreditável logo cedo. Aimeodeos, tenho vergonha até de escrever. Eu estava tomando banho quando vi que o dia estava lindo. Abri um pouquinho a janela pra ficar olhando o céu durante o banho. Até notar que no prédio da frente, na janela de banheiro à minha frente, alguém também tomava banho quente. Deixando claro que não foi nada pornô. Deixando claro que não dava pra ver a pessoa. Deixando claro que só minha testa e meus olhos aparecem pela janela. Fiquei observando o vapor d'água com muita admiração. Vocês já pararam pra olhar o vapor que fica no banheiro durante o banho? É muito boniiiito! Ficam umas nuvenzinhas bonitas rodando rodando rodando e subindo e saindo pela janela. Parece desenho animado. Aimeodeos. Aí eu tava olhando a fumacinha do banheiro alheio quando o cara que tava tomando banho resolve olhar também pra minha janela. Ele ficou na ponta do pé, ou chegou mais perto da janela, sei lá. Mas aí foras duas testas, 4 olhos e duas janelas de banheiro. Muuuuuuuito constrangedor. Ninguém viu nada. Mas por eu estar no banho me senti muito mais constrangida do que deveria. Se eu estivesse no meu quarto, não me sentiria assim. Já observei fumaça de vapor de várias janelas enquanto estava no meu quarto, e já vi as pessoas passando pelas janelas, e nunca me senti assim. Ai que vergonha. Nem tem motivo pra sentir vergonha mas eu senti tantaaaa. Queria me diluir na hora e sumiiiiir de vergonha. Odeio prédios muito próximos ao meu. Sempre acontece algo assim.

Enfim. Acordei cedaço, super disposta, fiz uma hidratação no cabelo (pasmem! quem faz uma hidratação as 6h de uma quarta-feira antes de ir pra faculdade? só eu, eu sei), tirei meu bigodinho com cera-fria =p, retoquei minha sombrancelha (comecei a consertá-la no cefet, porque não tenho tempo pra isso em casa. como me condenaram muito, acabei desistindo, e terminei hoje), coloquei meu brinco novo, passei cremes no corpo e no rosto, gostei do meu cabelo pela primeira vez em um mês... e etc... Queria tirar um tempo pra mim, sabe? É raro isso. A última vez que eu fiz as unhas decentemente foi no Reveillon... Eu realmente precisava dedicar umas horas a mim. E me senti muuuuuito bem. Nem quis passar corretivo porque achei minhas olheiras charmosinhas até, vejam que bom-humor, e saí assim, ao natural, ahuahauhaua. Um céu azul e alguns pequenos cuidados fazem milagres com uma pessoa.

Meu humor estava inabalável. O céu estava lindíssimo! Dei um abraço na Isa porque o prédio dela não caiu \o/ e ela tava com um ursinho de pelúcia muito fofo... Comprei o ingresso pra Frangada de Design, fiz nada na aula, fui buscar minhas melissas, fui na nutricionista, ouvi música (descobri um cd maravilhoso de um piauiense chamado... esqueci o nome mas é maravilhoso), aí cheguei em casa e dormi a tarde inteira... Agora me sinto renovada nesse momento. E sem sono. O que sigifica que dormirei pouco e amanhã acordarei cansada. Eu não posso dormir de tarde, sempre acontece isso. Vou tomar uma overdose de chá de camomila pra ver se eu durmo logo.

Tive um pesadelo angustiante durante a tarde. Eu estava num teatro grande, com as pessoas da faculdade. Mais muitas outras desconhecidas, mas todos do Design. A profa Maristela Ono nos levou pra lá. Aí começou a pegar fogo. Por estar perto da saída, eu consegui sair rápido. Mas estava lotado o lugar. Os seguranças me tiraram de lá e eu ficava olhando pra porta angustiada esperando as pessoas queridas saírem. Eu ficava pensando "eu preciso distrair esse segurança. eu preciso voltar lá pra buscar a ju e a gabi e a sofi e a isa e a outra isa e o murilo e o kzau e o gui walla e o gui verde e e e..." Nossa, foi péssimo! Sento o cheiro de algum gás muito tóxico durante o pesadelo, eu fiquei tonta, cambaleando, enjoada, sem respirar. Horrível!

Nooo entaaaanto, estou super feliz porque me meti a fazer um cartaz de um evento e deu certo. Eu não tenho nem conhecimento nem preparo nem ferramentas suficientes pra assumir uma responsabilidade dessas. Mas realmnente me imploraram. E quando eu vi o cartaz que estava sendo desenvolvido, fiquei com dó e aceitei o pepino porque, sério, qualquer cartaz poderia ficar melhor do que aquele que estavam fazendo. Me bati com os programas gráficos (não sei usá-los direito, eu me batiiiiiii mesmo), chunchei um monte, me utilizei demais do método Coxambrê, e fiz um cartaz. Os organizadores adoraram, e melhor, mostraram pra uma professora designer que amou! Copiando do e-mail que recebi, a designer falou: "Excelente! Esse cartaz tá maravilhoso!" AAAAAAAAAAAaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhh! *-*. Olhos brilhando muuuuuuuuuuuito. Nunca imaginei que eu conseguiria. Nunca. Só topei porque o cartaz que estavam fazendo era muito fim-de-carreira e eu fiquei com dó da guria que me implorou ajuda. Ai. Ai. Aaaaaaaaaai. Sério. Estou ridiculamente saltitante.

Liguei pra minha amigona que está morando no Rio. Precisava gastar créditos do chip que eu aposentei, gastei 15 reais em 8 minutos. Como a Claro rouba, né? Mas valeu a pena. Contei pra ela do cartaz, e ela disse: "tá vendo, gata? você é foda! você vai ser uma designer super foda e vai desenhar a minha casa, de graça, claro". HAuahua. Aaaaaaaaaaah que fofa! Amo demais ao infinito e além. Depois deu vontade de chorar. De saudades dela e de saudade de mais pessoas. Pessoas pras quais eu também teria ligado. Eu sempre ligava nessas situações. E aí ficou faltando uma parte, e deu vontade de chorar. Mas aí eu liguei a televisão e assisti seriado de menininha: Gossip Girl. Ahuahauah. E depois Desperate Housewives. Passou um furacão em Histeria Lane, e o marido e os filhos de uma mulher estavam debaixo dos escombros. Os bombeiros conseguiram tirá-los vivos. Eu chorei taaaaaaaaanto!

Nossa, olha o que eu tô contando! Vapor saindo pela janela, hidratação de cabelo, sombrancelha, cera-fria, melissas e seriados de tv... Fiquei com vergonha até. Eu tinha coisas menos fúteis pra escrever, é sério, mas esqueci delas, droga (de novo). Hoje foi um dia bem mulherzinha mesmo, como os do meu 1° ano do Ensino Médio. Nada como um dia inútil pra recuperar as energias! Apesar de tudo, o dia foi bom, bem bom. Me senti bem comigo como há muito não sentia. Foi gostoso demais andar no sol. Que céu lindo! E já estou sendo lembrada pelo céu. As pessoas chegam na sala e falam "Carol, lembrei de você quando saí de casa e vi o céu!". Legal, né? Antes lembravam de mim pelas minha bagunça na sala, depois pela minha gargalhada estranha (ela não é mais estranha, fui muito reprimida), depois pelo meu cabelo laranja, depois pelo meu cabelo metade-preto-metade-vermelho, depois pelo meu humor contagiante, depois pelo meu sotaque, depois pelas minhas boas notas, depois pelo meu entusiasmo repentino, depois pela minha mania de batucar, depois pelo meu silêncio, depois pelas minhas lágrimas, depois pelo meu sarcasmo, depois pela minha timidez. Agora as pessoas lembram de mim com céus bonitos! Isso é tão bom! Acho que é um bom sinal.

Estou achando a cada dia que passa mais pessoas que acreditam no amor e amam. Eu me sentia muito frustrada por me sentir a única, por falar e ninguém entender. Ou por falar e me olharem com cara de dúvida, ou de gracejo, ou de deboche. É bom ver que as pessoas ainda amam, porque é só o que resta da vida. Amar e valorizar cada pessoa boa que aparece pelo caminho, cada amizade, cada contato.
Trechinho:
"Falávamos de quando ficássemos velhinhos. Fazíamos vozes e boquinhas murchas, brincando com a imagem que trazíamos desse futuro. Seria sempre bom. O melhor da gente é preciso regar todo dia. Cuidar como planta frágil. É um privilégio seguir amando - e amando cada vez mais." (Rebecca Monteiro)
era igualzinho!
música-tema:

Já são 2h! =O Preciso dormir, vou embora. Volto quando tiver algo interessante pra dizer. Vou tentar me controlar pra não fazer muitos posts como esse. Tchau!

Na falta de informação útil aqui, vai o link de um ótimo site --> Novae.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Me amarrota!

Gente, me amarrota que eu tô passada!
Dois posts seguidos, eu sei, mas, TEVE UM TERREMOTO EM CURITIBA ENQUANTO EU ESCREVIA E EU NÃO SENTI? ¬¬ inadmissível.

pelo que foi, já valeu.

Tentarei ser breve porque estou com sono. Hoje considerei mesmo a idéia de abandonar esse blog. Já? É! Não tô gostando da dependência que isso me trouxe. No feriado todo mundo sumiu e tava dando tremedeira já. Odeio computador, mas passei três dias sentada (mentira. deve ter sido meio-dia porque eu dormi o resto do tempo) atualizando os blogs pra ver se alguém tinha atualizado. Como pode? Minha cabeça doendo, meu olho latejando, minha pele envelhecendo (não acreditooo que passei três dias na frente do pc sem protetor solar e só lembrei agora) por ficar muito tempo na frente do computador. Eu odeio computador, já disse? Odeio. E fiz isso. Cúmulo do vício.
Ontem comecei minha maratona de Twin Peaks, até que a Ju ligou pra me lembrar sobre a prova de GD (me relembrar, porque eu já tinha esquecido de novo). Resolvemos estudar juntas. Foi bom. As duas quebrando a cabeça pra lembrar como resolvia as questões cabreiras ao som de Lenine e Elis Regina. Hoje matamos aula do grosso do estúpido do incompetente do anti-didático professor de Computação (esses detalhes não vêm ao caso), e o importante do dia foi que o céu estava lindo e eu tirei meu primeiro 10 em Geometria Descritiva. \o/
AH! Tive uma aula ma-ra-vi-lhoooooooo-sa de Tecnologia e Sociedade, sobre o Existencialismo do Jean Paul Sartre. Nossa. Muito boa. Muuuuuito boa. Resumindo, as pessoas jamais serão livres. A liberdade é inalcançável porque sempre seremos escravos de algo, mesmo que esse algo seja a liberdade. Não que eu acredite nisso. Mas o Sartre teria morrido menos angustiado se aceitasse que sua teoria tinha como sumo único a inatingibilidade da liberdade. O professor não falou isso, mas deu pra chegar a essa conclusão ao fim da aula. Como a história é grande demais, vocês vão ficar na curiosidade. Não estou com disposição pra escrever tanto assim. Leiam Sartre! Eu li e recomendo.
Saímos cedo da prova de GD. Acabei não falando com a diretora do Departamento Acadêmico de Design porque ela estava em reunião, acabei não indo ao cinema porque só tá passando filme ruim, acabei não indo pra Yoga porque eu quero dançar tango. Em vez disso tudo, fui procurar roupa na XV, algo completamente inútil. Nunca vi tanta loja fim-de-carreira. Os donos deveriam todos ter aula de teoria da cor. É tanta estampa brega, tanta cor misturada, tanto tecido se confundindo, sem nenhuma ordem, sem seguir nenhuma lógica, que acaba dando um rebosteio mental ultracrônico, as cores ficam piscando diante dos olhos, a cabeça roda, dá enjôo, perda de ar e aí que niguém olha nenhuma peça e ninguém compra. Ou a loja é decente com roupas decentes custando 200 indecentes reais cada. ¬¬ Além do fato de que precisávamos comprar vestidos pra levar pra Manaus, e nenhuma loja mais em toda Curitiba vende roupas de verão. Foi frustrante ¬¬. Preciso urgentemente de uma loja barata de bom gosto que venda vestidos de verão.
Acabei passando por uma loja pela qual eu jamaaaaaaais poderia ter passado, ó céus. Agora eu vi as duas melissas apaixonantes da nova coleção no meu pé, e definitivamente ficaram perfeitas. Ou eu compro ou sonho pra sempre com elas. E sério, já tem melissas demais na minha lista de sapatos-que-saíram-de-linha-com-os-quais-sonharei-por-todo-o-sempre. Resultado: deixei reservado pra buscar amanhã. SÉRIO! SÃO LINDAS! PERFEITAS! Ainda bem que não tinha chegado na loja as outras 2 apaixonantes que eu vi no site. Minha mãe que vai surtar quando me vir entrando em casa com mais duas caixas de sapato. Ela vai gritar de novo "onde você vai guardar issoooo? não tem mais espaço pros seus sapatos no meu armário nããão".
Por que mulheres são tão consumistas? Pff. Eu não era assim. Depois que eu vi um pedaço de mim sendo levado embora pra longe acabei descontando tudo em sapatos (que absurdo!), tentando preencher o vazio de uma forma completamente inútil. Sei que é inútil. E só percebi que isso caracterizava minha fuga na semana passada, ou na retrasada. Tenho vergonha de admitir, mas acho que admitir é o primeiro passo pra começar a me recuperar de verdade. Sapatos não são desculpa pra fugir, eu sei. Nem os brincos que eu comprei hoje. Vou tentar me curar disso. Mas as vezes eu passo tanto tempo me esforçando, tanto tempo rindo apesar da saudade, tanto tempo me distraindo pra não pensar demais, que acho que eu mereço um presente, e me compro um presente. De qualquer forma, talvez seja hora de parar de descontar e enfrentar a realidade de frente. Talvez seja hora de aceitar. Talvez seja hora de me conformar e aprender a lidar com a saudade de forma efetiva e não dissimulada. Acho que por isso também pensei em desistir do blog. Não quero que seja mais um meio de evasão.
Fui numa loja de cosméticos pra comprar umas coisas (mais coisas) pros meus cachos, só que por ter esquecido minha lista de silicones hidrossolúveis não pude comprar nada. Cremes pro cabelo não são uma fuga, são uma necessidade. Ou eu invisto no meu cabelo ou eu raspo, porque tá um caso sério. Nunca cortaram meu cabelo tão mal. Desdo útlimo corte ele tá im-pos-sí-vel! Ai, agora estou em casa. Moída, com dor no corpo inteiro. Não pode ser cansaço porque eu dormi muito nos últimos dias. Talvez eu esteja ficando doente. Não sei, vai saber.*Comprei há mais de um mês um potinho lindo de vidro com umas coisas lindas e cheirosas dentro, lá na Tok&Stok. Minhas roupas estão começando a ficar com esse cheiro, tão bom! Tchau, gente. Talvez eu escreva ainda por algum tempo. Outro dia eu decido. Beijo.
Trecho da linda música que ouvi ontem, enquanto estudava. Do meu adorado Lenine. Chama-se "Anna e Eu" (olha, ele até compôs pra mim!)
"Andei pra chegar tão longe! Daqui de longe eu olhei pra trás. E foi como ver, distante, eu atravessando os meus temporais. Andei pra chegar mais longe e de lá de longe me ver feliz. Andei pra valer a pena. Olhei pra trás pro que é meu. Nosso passado ensina. Pelo que foi, já valeu."

domingo, 20 de abril de 2008

Our hoooopes and dreeeams are out there somewheeere...

Uau! Finalmente me sinto uma pessoa agradável de novo. O final de semana foi muuuuuito bom. Dormi 90% dele, mas foi muito bom. Minha irmã viajou, o quarto ficou só pra mim, e eu dormiiiiiiiiiiiiiii pra compensar as três semanas de pé. De sexta pro sábado, dormi até as 16h da tarde. Há quanto tempo não fazia isso? Nossa. Dei um faxinão no meu quarto, deixei tudo lindo e aconchegante, abri o difusor de aromas de frutas da Tok&Stok, ficou tudo ótimo. Conversei com a minha amiga, só coisas boas, rimos um monte, e chegamos às 2:40h da madrugada achando que eram 20h da noite. Foi muito bom, apesar de que o papo veio como confirmação de que não somos mais adolescentes (ela também usa creme específico pra área dos olhos, e já é outra amiga, não é a mesma que usa Avon Renew). Aimeodeos!
De sábado pra domingo dormi até às 15h (quem quer saber a que horas eu acordei?). Ai, resumão, vai. Não fiz nada de útil. Li o site da revista nova (Coisa de velha? Mais uma?) e pesquisei dicas para cabelos cacheados (a cada dia me surpreendo com a quantidade de mulheres mais metódicas com o cabelo que eu... a Ju e a Gabi que estiveram no RDesign Porto Alegre comigo jamais acreditariam se eu contasse, mas existem siiiiiiim mulheres muuuuito mais frescas com os cachinhos do que eu). Na vitrola, tocou Vanessa da Matta, Camille Dalmais e Alanis Morissette (Jugged Little Pill), já estava com saudade de ouví-las. Agora lembrei que não parei um segundo na frente da televisão nesses momentos de afazeres inúteis, que orgulho!
Vi melissas novas lindas e virou objetivo de vida pra mim comprá-las antes que saiam de linha e eu sonhe com elas pra sempre. Depois pus a cabeça no lugar e arrumei outro objetivo de vida mais urgente: Ir em julho pra Argentina fazer um intensivo de Espanhol e Tango. *.* Aaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhh! Vou juntar dinheiro pra ir todos os anos fazer alguma coisa assim. Primeiro Argentina. Depois Sevilla pra estudar espanhol e Flamenco. Depois Barcelona pra estudar espanhol e Salsa! *.* (olhos brilhando taaaaaaaanto). Se eu tiver com a grana na mão meus pais não vão negar, né? Meodeeeeeeeos, como eu quero começar a trabalhar logo, num emprego que me dê férias, senão não adianta (ê, mais uma coisa de adulto).
Me ocupei só com coisa de mulherzinha de férias porque eu merecia. Me dediquei pra caramba, fiz tudo com o maior empenho, apavorei nos trabalhos e prova (droga, lembrei agora que tem prova de geometria descritiva na terça, esqueci de estudar... ok, não fiz tudo tão certinho. Mas fiz certinho tudo que lembrei), fiquei acordada dormindo 3h por noite durante dias e dias.... Pelo bom convívio com a sociedade e pelo bem das santificadas pessoas que me aturam com sono, eu mais que merecia dormir pra sempre nesse final-de-semana-plus-feriado. Agora me sinto de novo uma pessoa legal, com olheiras puramente genéticas (as de cansaço se foram), e de bom-humor. Só falta amanhecer um dia bonito na terça pra eu acordar uma simpatia (se tiver cinza, nada feito ¬¬). Por falar nisso, fiquei saltitante na sexta. O dia amanheceu maravilhoooooooso! O Murilo comentou: “Carol, pelamordedeus, seu humor depende da cor do céu?” Desconfio que sim, meu caro, desconfio levemente. De tarde encheu de nuvens de novo, mas aí a semana já tinha acabado. Importante foi fazer sol pela manhã.
Ah! Não contei. Sexta de manhã carreguei meu mp3 player com músicas da minha pré-adolescência. Confesso que queria ouvir umas, mas fiquei com vergonha de pôr no mp3. Pus as mais aceitáveis, como Bon Jovi (pfffffffffffffff, ok, ok, deixem-me achar que é aceitável), Cranberries (ai, adoro e sempre adorarei), hits2000 da Alanis Morissette, Creed, Nickelback, 3 Doors Down, Matchbox 20... essas coisas. Coincidiu que o sol tava lindo. Estava chegando ao Cefet (atrasada porque não consegui entrar na hora certa com aquele céu lindo do lado de fora) pelo caminho mais comprido. Olhei o céu com uma alegria raríssima nas minhas manhãs, e o que tava tocando no meu mp3? “Then flyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyy awaaaaaaaaaaaay from here, aaaaaaaaanywhere, yeah I don’t care. We’ll just flyyyyyyyyyy(iáeeeeê) awaaaaaay from here. Our hoooopes and dreeeams are out there somewheeere. Won’t let time pass us byyy, we’ll just flyyy AAAAAAAAAAAAAH (grito esgoelado do Steven Tyler). Nunca vi trilha Sonora tão perfeita pra um ótimo dia de céu azul. Nun-ca-vi! Se eu tivesse vivido isso antes, teria oficializado Aerosmith como banda dos dias perfeitos. Deu muita vontade de voar. Bem... depois fui almoçar com uma amiga que há meses não via... aí pronto. Bom-humor garantido. Sexta foi um ótimo dia, ótimo.

Retornando ao meu findiplus, perdi, como de costume, inúmeras idéias de bons posts, muitas coisas sobre as quais queria escrever (não tanto quanto sobre o Debret, mas queria bastante ainda). Descobri que não dá pra adiar a publicação de um texto nem pra fazer xixi. Pra ter um bom blog na minha idade, criam-se pedras nos rins. ¬¬ Comentário descabido, peço perdão. ¬¬
Uma verdade foi que me senti órfã de blogs. Tanto pela minha parte, porque não vinha na cabeça nada digno de publicação (exceto as idéias esquecidas), quanto pela parte dos meus três blogueiros que decidiram se calar. Tá vendo, Isa, você pára de escrever e todo mundo pára junto. Ninguém tem ânimo mais pra escrever. Huahauahua. Passei todos os dias, umas três vezes por dia, entrando no espaço isagaláctico na esperaaaança da Isa ter decidido voltar a escrever, mais umas três vezes pra ver se o Lucas (seu nome é bonito demais pra ficar te chamando de Kzau) deu continuidade à sua análise musical, mais umas três vezes no blog da Bru e assim vai. [Por falar nisso, na minha ignorância de coroa desconhecedora da tecnologia de ponta, não consigo nem com reza braba linkar o blog das pessoas ali do lado].
Tinha um blog muito bom que eu poderia ter lido, dois, mas iam me fazer pensar muito e, pra descansar um pouco, quis passar esses três dias sem pensar nada que preste, porque ninguém é de ferro e eu mereço ser fútil por 3 dias. VIU? Ninguém poder ser obrigado a ser inteligente todos os dias do ano.
Mudando de assunto, estava pensando nos meus blogs de 7ª série, 8ª série, 1° ano... Eles eram tão bons! Eu era uma pessoa muito engraçada. Era, não sou mais. Lamento ter perdido isso, fazia muito bem tanto pra mim quanto pras pessoas que me rodeavam. Ninguém passava cinco minutos do meu lado sem rir muuuuuuuito. E o que eu falava saía naturalmente. Eu simplesmente transbordava aquilo que tinha dentro de mim, uma alma cheia de alegria e bom-humor. Mesmo quando eu estava séria, até meio preocupada, contava minhas desgraças e as pessoas rolavam de rir. A mesma coisa era meu blog. Ele era ótimo. Eu postava o tempo inteiro, sempre tinha algo bom pra contar. Estava sempre na lista dos Top10 da weblogger, dos blogs mais atualizados. Logo, recebia muitas visitas. Todo dia tinha pessoas e mais pessoas desconhecidas me adicionando no msn e falando: “Eu peguei seu msn no seu blog. Ele é muito foda, você é muito foda, seus textos são muito bons, quanta autenticidade! Quer ser minha amiga?” E eu arrumava logo um jeito de bloqueá-los, esnobadora de fãs. Huahauhaua. Ridícula, né? Mas era divertido, tããão divertido! Queria lembrar o endereço de algum deles pra reler e rir sonhadoramente que nem uma velha.
Nossa. Tive um surto de meia-idade falando sobre isso hoje que vocês nem imaginam. Eu lembro que anos atrás eu via as pessoas tendo crise de identidade ao chegar aos 20 anos, e eu pensava: “Meeeu, que exagero! Vai arrumar motivo pra surtar, o quê é isso, eu vou encarar bem meus 20 anos... meus 40 também!”. Quem disse? Tô surtando com 2 anos de antecedência! Quem dirá no próximo ano? MEODEOS, VOU FAZER VINTE NO PRÓXIMO ANO! DEZENOVE NESSE E VINTE NO PRÓXIMO! ¬¬ menos tempo do que eu imaginava. Me internem, me-in-ter-nem! A cada dia que passa sinto que está cada vez mais próximo o dia em que eu vou começar a sentir permanentemente a necessidade de ser mãe (mesmo falando toda vez, sempre tem alguém que surta dizendo 'creeeedooooo'. Então lá vai de novo: não vou fazer um filho agora, não estou dizendo que eu preciso ser mãe agora, chatice).
Acho que é tudo culpa do Avon Renew Retroação. Comecei a me sentir velha com tanta freqüência depois que comprei esse troço pra passar no meu rosto. Na verdade, acho que é tudo culpa da minha mãe (porque é mais fácil culpar a mãe nessas oras, tadinha dela). Mas vejam só o que aconteceu. Eu tenho razão dessa vez, juro que tenho...
Uma amiga da minha mãe, que vende avon, estava aqui em casa. Pedi as revistas-catálogo com os produtos e encomendei o Renew Retroação. A moça falou: “Pareeeeee, Carol, você tem 18 anos! Retroação é pra 25 anos. Só daqui a 7 anos você pode usar ele". Aí eu falei: "Nããããão, lá tá escrito que é pra 25 anos OU para sinais mínimos de envelhecimento facial. Eu abusei muito do sol na minha vida. Se eu esperar 7 anos eu vou precisar comprar o Renew 40+. Minha irmã tem 25 anos e minha pele é mais envelhecida que a dela". Nessas horas, o que se espera ouvir de uma mãe? Que é exagero, que é paranóia de adolescente, qualquer coisa do tipo. Mas nããão. SABEM O QUÊ ELA DISSE? SABEM? SABEM? Sabem o que ela fez? Olhou muito seriamente pra amiga dela e disse pausadamente, com profundidade e voz fúnebre: "É verdade." Surtei. Suuur-tei! Não é à toa que estou agora agindo feito uma vovozinha.
Vejam o scrap que eu acabei de receber como consolo: "Carol. Essa daqui é pra você! http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=620299 Entra aí e compartilhe seus sentimentos. hsuahsuahusaha =*** " ¬¬ GENTE-BOOOOA pra caramba, valeu aê, Alysson! ;)
Garotada, cansei. Depois de muitos períodos aleatórios que não se encaixam, minhas costas doem (frase exemplo de aleatoriedade). São 02:40h, optei por dormir. Acordarei às 15h de amanhã pra fazer maratona de Twin Peaks.
*Recomendo. Melhor seriado de todos os tempos. Foi filmado no ano em que eu nasci (pelo menos uma coisa pra me fazer sentir mais jovem \o/). Procurem download na internet ou venham assistir na minha casa (isso não foi uma cantada) porque vale muito a pena, mais que qualquer Lost da vida.
PS1: Quanto maior o post maior a probabilidade de se cometer erros gramaticais. Não estou afim de ler tuuuuudo pra corrigir tudo agora. Portanto, desconsiderem qualquer absurdo.
PS2: Eu sei que "espremida" se escreve com "S", Murilo.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

07.10.2007

Que saudade de falar naturalmente, descarregar, libertar tudo. Mas não é com qualquer pessoa que dá pra falar assim, não é mesmo. Lembrar disso faz apertar mais ainda a saudade dessas pessoas com quem isso é possível.
Estudei muito, muuuuito. Demorei pra me concentrar, o cansaço era grande. Resolvi ligar Janis Joplin pra dar uma acordada, mas quem disse, né? Acordei! Mas fiquei cantando empolgadamente sem prestar atenção em nada do que eu estava lendo. Saí, então, à caça de um cd de música clássica. Tinha vários na minha pilha de cds, mas sumiram nas férias junto com vários outros. Que coisa! Depois de um tempão achei um do Mozart e liguei. Sempre ouvi dizer que pessoas que estudam com música clássica tem melhor desempenho. Não é que é verdade? Nooossa, me concentrei muuuuuuito bem. Até as 4h da manhã. Estava lendo sobre igrejas pombalinas. Li uma, duas, três e não entendia nada. Duas hipóteses: Ou o texto era mal escrito ou o sono tava me atrapalhando. Resolvi mudar de autor pra ver se era o sono ou se era o texto. Era o sono. Me arrastei até o sofá e dormi instantaneamente.
Hoje acordei atrasada. Bêbada de sono. É, de novo. Há umas duas semanas não durmo direito. Ouvia o despertador, mas esquecia que tinha ouvido, e depois pensava "será que meu celular apitou?" Pois é, acordei atrasada. Andeeeeeeeeeei, andeeeeeeeeeeei, perdi a aula mais perfeita da semana e bem umas 2h de estudo pra ir até o consultório da nutricionista descobrir que ela ainda está doente e não pode me atender. Que raaaaaiva me deu. Mas aí abriu uma brechinha no céu, eu vi o sol, me animeeeeeeeeei de uma forma incrível! Senti calor (deve ser psicológico), tirei o casaco e fiquei no maior clima de verão. Não durou muito tempo, né? Forçar verão não tava dando certo.
Fiz a prova de História da Arte, mandei bem (ufa!). Mas estudei tanto a Missão Francesa pra quê? Estudei tanto rococó pra quê? Estudei tanto a arte acadêmica pra quê? Não contive a indignação e perguntei enfaticamente: "Mas professooooraaaa, cadê o Debret???" Devorei a história do cara nos mínimos detalhes, ela repetiu mil vezes o nome dele assim como repetia o do Goya no semestre passado pra, no final, não fazer nenhum questãozinha sobre ele? EU QUERO ESCREVER SOBRE O DEBRET! (não agora, não se preocupem, poupar-vos-ei desse episódio.)
No intervalo descobri passagens aéreas semi-gratuitas pra são paulo. Matamos aula pra ir comprar (vamos pra manaus a partir de são paulo) pra no final das contas não dar certo. Não deu. Não compramos. Sono, chuva, passagens não compradas, aulas perdidas das duas matérias mais perfeitas do semestre... ¬¬
Depois fui pra Yoga. Enjoei de lá. 6 meses de investimento monetário pra não melhorar minha flexibilidade na mesma proporção. Melhorou. Mas nem metade do que eu gostaria. Minha coluna nem ouso comentar. Decidi que quero dançar tango. Sempre quis. Mas agora quero logo. Vou trocar yoga por tango. Só falta saber onde eu vou achar uma boa aula. E falta saber se pessoas solteiras podem dançar. ¬¬. Acho absurdo só casais poderem se matricular. Aí, mais um pepino. Tenho que achar um lugar perto, com horário compatível, com boa aula, com preço digestivo, que tenha monitores disponíveis dispostos a ensinar tango pacientemente a garotas-sem-par. Acho que é sonhar meio alto.
Pff. Não quero escrever nada muito profundo hoje, não quero pensar. Dia perigoso. Esse post fez juz ao título do blog. Que droga! Vou apagar. E vou mudar o nome do blog, logo. Assim que eu dormir e voltar a ser uma pessoa com idade orgânica compatível à idade biológica (pessoas morrem de infecção generalizada se não dormirem direito... descobri no semestre passado. o organismo vai envelhecendo até pifar. fizeram testes com pessoas que dormiam 4h por noite durante uma semana. ao final do teste o organismo delas funcionava como o organismo de uma pessoa de 65 anos).
Agora vou ficar em silêncio, pensar em nada e dormir, aaaaaaah, dormir muito porque o sono é gigantesco! Ah! Pequeno aviso: vou descansar minha cabeça no final de semana e tentar me acostumar ao inverno pra fazer bons posts na semana que vem. Ócio criativo, gente, ninguém merece posts diários meus. Que nem programa humorístico. Quando é mensal, é bom pra caramba. Se vira semanal, cái a qualidade.
PS: Aaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhh! Acabei de ganhar uma pantufa liiiiiiiiiinda da minha mãe. É de tigrinho, e ele tem carinha de sono igual a miiiiiiiiim! Aaaaaaaaaaaaah!
Vai aí um texto do ano passado em memória à minha sempre-melhor-amiga que adorava tudo que eu escrevia.
Não entendo como tantos valores se perderam e como todos se conformam tão bem em viver assim.
Não entendo como a beleza das pequenas coisas deixou de ser observada, como a vingança e a competição se tornaram prioridades.
Não me conformo em ver que quase ninguém acredita no ‘pra sempre’, preferem focalizar suas vidas em objetivos efêmeros.
Não entendo a necessidade de sobressair a qualquer custo, agir por interesse, chegar ao topo mesmo que antes se tenha que passar por cima de alguém.
Não sei pra que servem tantas brigas. O que se consegue com isso? A longo prazo, que benefício se alcança?
Não vejo sentido em fazer de pequenas discordâncias grandes monstros. Diálogo e respeito resolvem qualquer problema, mas quase ninguém tenta simplificar assim.
Não sei como se pode sentir prazer em diminuir alguém, em destruir seus sonhos, machucar e sair contando vantagem.
Não entendo o comodismo de falar “eu sou assim” sem a preocupação de mudar, ao menos tentar amenizar os próprios defeitos.
Não sei por que não se esforçam um pouco mais para que as coisas dêem certo, por que não abrem mão de seu egoísmo em nome do amor e da paz.
Não entendo como podem descansar e preferir a distância, enquanto um pouco mais de compreensão, maturidade, zelo e altruísmo manteriam a união.
Não vejo razão em tanto rancor, cólera e desprezo, em achar que ouvir um “não” é o maior sofrimento do mundo.
Não entendo o pensamento ditatorial que não permite a liberdade de opinião. Pra que tantas divisões, tanto ódio por quem tem preferências diferentes? Já existem raiva e segregações demais. Pra que piorar?
Não entendo a maldade de se sentir bem em criar desavenças e destruir relacionamentos. Tudo para se sentir grande em sua pequenez. Tudo para se sentir desejável em sua beleza perecível.
Não entendo a preocupação com status, interesse de se passar uma imagem, essa constante atuação tida como necessária que impede que os próprios personagens saibam quem são por trás de suas máscaras.
Não sei por que se acham obrigados a falar o que não sentem, a agir como não pretendem, a demonstrar o que não pensam, só para serem aceitos por alguém que jamais lhes dará real importância.
Não sei como não se incomodam em banalizar o que é importante. Fazem das palavras um brinquedo, instrumento do seu jogo de aparências, fazem de cada frase uma mentira para obterem vilipendiosamente suas superficialidades.
De novo, não entendo como tantos valores se perderam e como todos se conformam tão bem em viver assim. No final, só o que importa é o amor, a amizade e a vontade de mudar o que se tem de mau por dentro. Mas a maioria não enxerga essa verdade. São conformados, não lutam pelo que realmente vale a pena. São personagens, vivem tudo isso só da boca pra fora.

Ana Carolina de Macedo Macário, 07 de outubro de 2007.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Não achei o cd da Natalie Imbruglia hoje de manhã. Fiquei revoltadíssima! Procurei por todos os lados. Aí pensei que eu seria, provavelmente a primeira a apresentar o projeto de composição, não poderia chegar atrasada. Comecei a olhar todos os cds pra achar um que pudesse me fazer tão bem quanto aquele. ACHEI UM MELHOR! Meodeos, fez milagres comigo! Acho que hoje ele foi elegido como cd-de-todas-as-manhãs. Principalmente no inverno, take that rules. Só não é tão antigo quanto Sandy e Junior (nossa, mas também não tem nostalgia que me faça a ouvir Sandy e Junior de novo. morro de nostalgia, mas não ouço). É da idade do ronca. Duvido que vocês conheçam, não conheço ninguém que tenha ouvido. Eu só conheço porque era o vício da minha irmã quando ela tinha 12 anos (e eu 6). Marcou meu último ano em Brasília e meu primeiro em Recife, há 12 anos. Aaaaaaaaaaaaaah, foi ótimo! Super breguinhas as músicas hauahua, divertidíssimas! Fiquei cantando empolgadamente "every guy needs a girl like you, every girl needs a guy like me, oooow yeeeah".

Agora eu deveria estar estudando História da Arte pra sempre, mas tô demorando pra pegar no tranco. Estou bêbada de sono, a Sofia mais ainda (estou na casa dela). Dormimos o que não podíamos dormir e agora um desespero paira no ar. Ela (a Sofie) foi tomar banho pra acordar, vamos tomar café pra tentar de novo. Aiai. Que supersono. Boa sorte pra gente, né?

Hoje apresentei super bem meu trabalho. Apavorei, modéstia à parte. =D Fui a primeira a apresentar mesmo, poucas pessoas me assistiram. Aí passamos o dia assistindo e avaliando projetos. Foi ruim. Me dei conta de que eu abraço muitas pessoas durante o dia. Hoje, em função dessas apresentações, ninguém se abraçou, ninguém conversou, ninguém ninguém, e me fez falta. Realmente abraços fazem as pessoas mais felizes. E eu não abracei ninguém, niiiiiiiiiiiiinguém!

A Isa acabou de chegar e vai descobrir que estudamos zero coisas nesse tempo todo. NOSSA, o papo ficou interessante. Tenho que ir. Tchau! *vou tentar conseguir o primeiro abraço do dia por aqui, ahuahaua.

Beijinho exclusivo pra Isa III, pro Kzau, pro Murilo e pra Bru, meus únicos leitores até então. (ó que chique!)

quanto custa táxi até o aeroporto?

Recife - PE
Quarta-Feira, 16/04
nascer e pôr-do-sol:
05h22/17h17
temperatura mínima: 24ºC
temperatura máxima: 31ºC
70% de probabilidade de cair apenas 2mm de chuva

Sol com algumas nuvens e chuva passageira durante o dia. À noite o tempo fica firme.

Vou fugir pra lá! Até eu chegar a chuva já passou e eu pego o tempo bom.

Enquanto arrumo um meio de fazer isso, eu penso em que cd ouvir pra ficar mais gente-boa. Nem eu vou me aguentar hoje se não for tomada uma providência.

Nem preciso dizer a previsão pra curitiba, né?

Posto enquanto me enrolo pra escolher uma roupa. Meu casacão de lã não me escapa hoje.
Estou, agora sonhando com a blusa que não comprei ontem porque a Gabi me ajudou a não ser tão consumista. Mas ela era tão linda! Preciso voltar lá hoje.
Ontem não consegui assistir Twin Peaks direito porque estava com sono e nem dormi direito porque queria ver Twin Peaks. Fiquei semi-inconsciente (porque semi-consciente soa mais consciente do que eu pretendo) no sofá sem nem lembrar meu nome, sem lembrar muito menos que deveria ir pra minha cama. Dormi na sala mesmo, sala gelaaaaaaada, encolhidíssima com meu cobertor, até que fiquei quentinha. Mas acordei com meu fígado se revirando (não sou alcoólatra, apenas comi um pastel. dois.) e aí não tá muito agradável a situação. Quem manda abusar de fígado fresco? (é sério, foi pastel. sempre que eu reclamo de fígado porque comi comida gordurosa as pessoas fazem cara de dúvida. eu tenho tanta cara de bêbada assim, ou é o mundo que é bêbado demais e não admite que um fígado doa [déja vu intenso agora, que ruim, odeio isso] por outros motivos que não a bebida?)
Preciso cuidar dos meus órgãos. Vai que eu salvo a vida de alguém com eles, um dia?
Detalhes à parte, né?

Tenho que estudar história da arte pra sempre hoje. Tirei 10 reais de xerox, nem quero contabilizar quantas folhas tenho que ler.
Acho que vou ouvir Natalie Imbruglia. Antiguérrimo. Vai ser nostálgico demais, não sei se me arrisco.
*Cheiro de sabonete dove na pele melhora o humor, descobri agora, nunca tinha parado pra notar.

Tchau, antes que eu me atrase, tenho mais 25min pra ficar pronta.
=*

terça-feira, 15 de abril de 2008

dia de post chato

Sono = Post chato.
Não é que vicia escrever aqui? Ontem fiquei o dia inteiro fazendo trabalhos, mas fiquei doida pra terminar logo e vir escrever. Não deu tempo. Sem contar que esqueci o que eu ia escrever, aí perdeu a graça. Daquele jeito: "se não for pra escrever o que eu quero, não escrevo mais." Hoje a mesma coisa. Geralmente é pela manhã. Eu acordo muito pensativa e com sensações estranhas. Sempre reflito demais pela manhã. Ou acordo insensibilizada, indiferente, zumbi, e penso tudo metodica e sistematicamente... ou acordo bodeada, com preguiça das pessoas, e penso como um jiló... ou acordo feliz (só em dias de sol) e penso com paixão em tudo. Em dias como ontem, acordo com tanto sono que nem lembro que eu exito. Em dias outros acordo com vontade de chorar e analiso tudo que passa pela minha cabeça.
Blogs causam dependência. Mesmo que eu me comprometa a não berrar sobre minha vida, acabo escrevendo, mesmo que subjetivamente, demais sobre ela. Dias nostálgicos são propícios a isso também. A gente esquece de todos os pudores, todas os receios, fala e não quer nem saber. Meus últimos meses vêm sendo tãããão nostálgicos! Não estou entendendo isso. Sempre fui meio assim, mas agora tá forte demais. Sempre foi forte também, mas agora é o tempo inteiro, INTEIRO. Não subestimando o que eu vivo agora, não menosprezando meus dias. Eu aproveito, rio, acho bom, mas continuo viajando no passado. Nem reclamo disso, porque coisa que eu não consigo é deixar minhas lembranças pra trás, mas aaaaaaaah, tô muito grisalhaaaaaaaa todos os dias.
Hoje de manhã tava pensando sobre isso que os blogs causam em nós, essa dependência. Sabemos que somos lidos, mas parece mentira. A gente escreve como se estivesse pensando com os próprios botões, parece que vai continuar sendo segredo, que ninguém vai entender ou tomar conhecimento sobre aquilo. Ou sabemos que todo mundo vai saber e lá no fundo, sem nem tomar conta disso, queremos que saibam. Psicólogos chatos arrumariam um jeito de manipular a conversa até nos fazer acreditar nisso. Eles adoram ler Freud e Lacan pra decorar esquemas sobre o sub-conscicente. Manipulam essas informações e jogam em cima de ti pra pagarem uma de cultos, fazerem você acreditar que é mais problemático do que imagina, pra voltarmos aos seus consultórios eternamente garantindo suas aposentarias milionárias. Como odeio psicólogos!
Retomando o raciocínio, é difícil acreditar na internet pra falar a verdade. Eu posso muito bem estar internada agora num manicômio do século XVIII e esse blog, na verdade, é meu psiquiatra. Eu viajo essa história impossível de uma ferramenta que une as pessoas de diferentes países, finjo que o mundo inteiro pode me ler se quiser porque eu sempre quis ser famosa, e inventar essa história futurista de vida on-line e blog é uma forma de me abstrair da loucura e tornar o tratamento psiquiátrico menos sofrido. Na verdade, design é coisa da minha cabeça, minha faculdade mais ainda. Eu reclamo de sono porque me fazem ingerir muitos entorpecentes, eu fico tonta o dia inteiro e fantasio que é minha faculdade de design que me deixa assim. Design nem existe. Manaus não é cidade ainda. Encontro nacional de Design lá é minha mais nova invenção.
*sendo invenção ou não, eeeeeeeeeeeuuuuuuuuuu vooooooooooooooooooooooooooou!
Acabo de perder o que eu ia escrever. De novo. Perdi ontem, hoje de manhã e agora de novo. Quem sabe se eu voltar ao primeiro parágrafo eu não lembre?
AH! Acordar (uma pausa pra dizer: QUE FRIOOOOOOOOOO! e pra dizer: estou prestes a ser expulsa do computador pela irmã mais velha antes de chegar à metade do post. PÂNICO!)...
Peço permissão ao meu calouro pra tirar inspiração de uma música agora (Kzau, posso?). É da Adriana Calcanhoto, um dos poemas mais lindos que eu já vi. Não vou colocar inteiro porque senão não paro de escrever jamais nessa vida. A música me encanta mesmo, essa em especial. "Acordo. Os olhos chumbados pelo mingau das almas e os ouvidos moucos: assim é que saio dos sucessivos sonos." Já me identifiquei com vários trechos dessa música. Esse é o de hoje.
Um blog que li agora me fez pensar sobre quão interessante é ver a visão das pessoas acerca da vida e seus obstáculos. Uns se afundam e não vêem mais nada. É compreensível porque quando a pancada na cabeça é muito grande a gente se cega por muito tempo mesmo, meses ou anos, e não consegue ver mais nada. Outros conseguem se tão otimistas. Sorrir, mesmo que só por fora. Ou por dentro mesmo, por pouco tempo, mas de verdade. Admiro essa força. Outros encaram de frente, sentem nitidamente porque dão a devida importância a sentir tudo de uma vez quando a maré vem. E outros tentam esconder a qualquer custo, criam uma carcaça seja por medo de se expor, seja por preguiça de falar, seja por não se sentir confortável em dizer o que acontece, seja por não entender o que se passa. Tem os que tentam esconder com êxito. E tem os que tentam e não conseguem. Não sei bem em que grupo de escondidos eu me encaixo. Mas desconfio que eu não disfarço bem não. Pensei que eu convencesse, mas descobri nesse ano que não.
Um dia, no mês passado, acho, eu estava pensando as coisas que eu penso só comigo. De repente a Isa olhou muito séria pra mim, com uma fisionomia muito MUITO preocupada perguntando: "carol... CAROL! CAROL? Oq aconteceu? Vc tah bem?" Achei incrível! Achei fofo! Eu nem tava muito bem, mas me senti tão acolhida naquela hora que melhorei um bocado mesmo sem conversar a respeito.
Outra vez fiquei bem contente também. Eu estava sentada no pátio da UT conversando com o Murilo, o Luis e o Gui Verdaska. Estávamos falando besteira, quando o Gui olhou pensativo pra mim e disse: "Carol, você tá tão feliz hoje!" Eu fiquei surpresa e indaguei: "Tô, é?" e ele disse: "Anrãm, acho que nunca te vi assim." Achei tão bom! Tanto tempo que não me falavam isso. Quando parei pra notar, eu realmente tava bem alegre. Foi bom ser alegre de novo. Ouvir isso me fez muito bem. Mudamos de assunto logo em seguida e acredito que ele nem lembra que me falou isso, assim como a Isa naquele dia. Mas são essas coisas que as pessoas falam espontaneamente, tão verdadeiras, que mais nos tocam. É quando a gente vê que nosso esforço teve resultado, é aí que a gente vê quem se importa ou não com você, é quando a gente descobre com que contar.
O dia foi feiosíssimo ontem. Hoje fez um frio desgranhento. Antes de sair de casa, paquerei meu casacão de lã quentíssimo. Aí olhei pela janela e pensei "nem tá frio, vou passar calor com isso". Depois fiquei o dia sonhando com o meu casaco. Ó céus! Decidi também que é mais que urgente comprar um esquentador de orelhas. Prioridade de viiiddaa! Me irritei, como de praxe, com o professor incompetente-barra-grosso-barra-antididático-barra-outrascoisasruins de computação gráfica, depois assisti a uma palestra de tipografia seguida de uma animação megalegal que me causou uma mega de uma grande de uma super de uma intensa nostalgia ("oxi, assim era fácil demais, até eu!") e depois fui visitar uma fábrica de porcelana (período nojento esse que eu escrevi, a gente entra na universidade e vira analfabeto). Voltei com um conjunto de pires+xícara tamanho gigante. Estou super realizada com ele aqui na prateleira. Todo mundo comprou por 5 reais. Eu comprei por 5,50. ¬¬. Não me conformo com isso.
Vou indo embora porque me frusto mais a cada frase mal-feita desse post chato. Esqueci tudo que eu ia escrever. Tudo. Ia terminar o raciocínio sobre sono, acordar, e etc. Não lembro, droga, não lembro.
Não aguento mais chuva. Odeio tanto frio. Fico com um humor péssimo, e minha auto-estima tira folga.
Vou dormir...
pra amanhã acordar mais legal,
com disposição pra estudar história da arte pelo resto da minha existência
pra vender bem meu peixe na apresentação do projeto de composição2
Mentira. Vou assistiir à segunda temporada da série mais perfeita de todos os tempos: Twin Peaks! \o/ Do David Lynch! \o/ Meu humor tah voltando.
Tchau. Desculpem-me. Posts melhores virão.
Ah! A música: "Fábrica do Poema - Adriana Calcanhoto". OUÇAM!

domingo, 13 de abril de 2008

grisalhices de domingo

Hoje eu estou mesmo nostálgica. Estou me sentindo uma velha, pra falar a verdade. Comecei a relembrar o doce tempo da matinê, eu ficava fora de casa até as 21h, UAU, era uma conquista! E aí peguei toooodos os meus cds de mp3 lendários e mofados, criei uma pasta chamada nostalgia, e mandei pra lá todas as músicas mais marcantes daquela época despreocupada. Achei cada coisa que nem lembrava que existia, tanta coisa tosca que não entendo como eu gostava, mas foi tão bom de ouvir! Esqueci de comer, esqueci de tomar água, esqueci que amanhã eu volto ao meu mundo adulto, esqueci de tudo. Fiquei aqui, ouvindo, com um sorriso abobado no rosto e os olhos cheios de lágrimas.

Stacie Orrico, Linkin Park, Britney Spears.... I'm Like a Bird da Nelly Furtado! Dilemma, T.A.T.U, Creed, Nickelback. The Calling, Jennifer Lopez, Christina Aguilera, Avril Lavigne, tooooodas essas MTV-2000 que marcaram tanta coisa, taaaaanta coisa! Dei risada sozinha daquela época e das minhas crises existenciais pré-adolescentes que tiveram essas bandas como trilha. Fuçando os cds, achei fotos engraçadíssimas. E como era genuíno o sorriso daquela época! Por falar em genuníno, achei uma música da Stacie Orrico que eu berraaaaaaava cantando “What you need is something genuine. What you need is something real. What you need is something truefull. I know you do, i know you do. I know you do ‘cause i need it too...” HAUHAUAHUAHAUAHUA. AAAAAAAaaaaaah, meodeos! Que fase boa!

Me senti uma velha, sentada olhando as fotos de infância e pensando “como eu era neném!”, quase chorando com músicas antigas, relembrando com os amigos da época as estripulias pra chamar atenção, passando Avon Renew Retroação no rosto e ao redor dos olhos todos os dias pela manhã e pela noite. Tem coisa mais coroa que isso? E aí minha amiga diz “eu também uso Avon Renew... nós viramos adultas!” Ahhh nãããão! É pra acabar! É-pracabá! Tô me sentindo antiga demais. Tragam-me meu espartilho!

Relembrei fases boas antigas e mais recentes. Começou com as antigas e depois fui chegando mais perto de agora. Aí eu me senti sendo expremida por dentro, daquele jeito de sempre. Relembrei tudo o que mais me faz falta. Depois de fotos, gargalhadas e lágrimas, achei um blog (achei nada, minha amiga me mandou o endereço) que diz tudo que eu senti e sinto sobre determinado acontecimento da minha vida. Senti um certo consolo lendo, e vontade de abraçar a dona do blog, e vontade de ser mãe... Não, não to querendo arrumar um filho agora, não vou fazer um filho agora. Mas meu instinto materno, que já é forte, transbordou de mim hoje e eu senti uma vontade imensa de carregar meu filho no colo. E sabe-deus quando eu vou poder convidá-lo a entrar na minha vida. Em dias como esse é que eu sinto saudade dos meus filhos, dos meus netos e da minha casa de campo.

Uma das coisas que eu li no blog indicado pela minha amiga, eu senti demais hoje. E o curioso foi ler poucos minutos depois exatamente o que eu sinto frequentemente e estava sentindo naquele momento: “Ouvir qualquer disco do Jack Johnson me trazia primeiro uma alegria na alma e, depois, uma tomada de consciência que doía profundamente. Porque só mais tarde eu ia pensar de onde vinha aquela alegria – e era doído saber que vinha de um lugar que já não existia mais. O que se mostra na segunda etapa da saudade, que é quando começamos a ouvir novos discos – que, mesmo inteiramente novos, ainda têm o poder de trazer sensações parecidas com as dos momentos que passamos com quem nos falta. Ainda hoje, ao conhecer músicas diferentes, me pego reconhecendo aquela que o tocaria. E até o imagino dançando. Ele no passado, a música no presente e a gente insistindo em desejar juntar os dois.” (Rebecca Monteiro).

Tive um sonho delicioso hoje. Estava com muita saudade, há tempos isso não acontecia (isso, o sonho). Ouvi de novo a voz doce que há 1 ano e 7 meses fui privada de ouvir. Com todos os detalhes que eu, por vezes, não consigo lembrar com exatidão. Com aquela entonação que me alegra, com todo aquele carinho. Eu ouvi de novo.
Vou dormir pra amanhã assistir aula das duas matérias mais chatas do universo. Boa noite!
PS: 4 posts em 3 dias... talvez eu tenha um blog. estou chegando a essa conclusão.

sábado, 12 de abril de 2008

de onde vem o nosso impulso de sondar o espaço?

Título tirado de uma música do Jorge Ben porque eu não tenho a competência de escrever isso sozinha. (Errare Humanun Est - Jorge Ben)
As vezes é bem estranho não se sentir você. Eu não me sinto eu muitas vezes. Primeiro vem aquela pira que eu sempre tenho de me dar conta de que sou uma pessoa. NÃO TEM COISA MAIS ESTRANHA! Estou sentada, conversando, dando minha opinião baseando-me na minha experiência de vida, e aí eu paro e penso: "nossa, eu que falei! eu vivi tudo isso. e eu existo, nossa, e eu sou uma pessoa, nossa. meu nome é carolina, e as pessoas podem me ver, podem falar comigo". Parece a coisa mais idiota do mundo, mas acontece e não dá pra explicar a sensação. Eu já conheci mais pessoas que sentem a mesma coisa. Por vários dias eu não vivo em mim, como se eu fosse expectadora da minha vida, como se eu assistisse a um filme. É como se eu fosse outra pessoa, ou fosse apenas algo capaz de assistir. E eu assisto à minha vida como se ela fosse vivida por uma pessoa que eu não conheço. Aí tudo parece inalcançável. Tudo parece impossível. Mas ao mesmo tempo, sou eu expectadora que sente, que quer, que espera. É bizarro isso. Eu não sinto as coisas acontecerem, como se eu não tivesse vivendo todas essas coisas, como se fossem inatingíveis ao mesmo tempo em que sou eu que almejo ter o controle, segurar o acontecimento. Sou eu que quero, que sofro, que sorrio (eu expectadora). E a eu-personagem põe as mãos em tudo que acontece sem sentir, como se fosse desprovida de sentimentos. Ou ela sente. Acho até que ele sente sim. Mas eu não sei como ela está sentindo. Eu fico me esforçando pra saber como é aquela sensação e fico sempre querendo, querendo, querendo muito alcançar. Dá uma agonia isso, porque é mesmo como assistir a um filme da minha vida. Eu quero sentir tudo de perto mas não posso porque estou só assistindo. E aí a sensação acaba sendo muito mais intensa, porque eu fico o tempo inteiro buscando sentir, indignada por não segurar a vida e acabo por sentir demais, mais do que deveria. Eu lido super bem com isso, acostumei, mas não deixa de ser estranho, vai dizer. A primeira vez que eu pus isso em palavras pensei em me internar porque parecia bizarro demais pra uma pessoa sã. Até que descobri que não sou a única que sente isso e sosseguei. E que mania de querer pôr tudo em palavras. Que mania de querer entender tudo, que impulso de especular a mente em busca do significado de cada pontinha de cada sentimento.

Depois vem aquela coisa de falar um monte de coisa que por dentro eu sei que não condiz com os meus princípios. Isso por muitos dias, por muitas semanas. Até perceber que eu estava sendo qualquer pessoa menos eu. Vem a pegunta "o que você está fazendo? cadê você? por que você está sumindo?" Eu me sinto desaparecendo num buraco de simulações. Eu me calo, ninguém sabe nada sobre mim, nada que realmente importa, nada que eu pretendo que fique, porque eu não me esforço pra contar. É difícil contar e deixar as pessoas me conhecerem. A história é longa demais. Não dá pra começar a contar do nada. Se ninguém tocar no assunto, se ninguém insistir, eu não conto. Quando o assunto chega perto eu fujo. Que tosca! Eu gostaria de ser mega-corajosa e mega-forte ao ponto de falar assim. De aproveitar a deixa. Mas corre o risco de tocar no assunto e ficar todo mundo com cara de entrerro pensando "caraca, o que eu falo pra ela?". Acaba que o silêncio me irrita e eu mudo mesmo de assunto. Eu não quero que falem nada, oras. Um abraço resolve. Nossa, abraços curam muitas coisas. Se fosse por mim, eu abraçaria todo mundo o tempo inteiro. Tento tanta voltade de abraçar algumas pessoas aleatórias de vez em quando e não abraço porque não tenho intimidade. Chato, né? E ainda há aqueles que não gostam de abraços. Como pode?

Voltando à sensação de não me sentir eu... me ocupo mais do que o necessário pensando nisso. Eu acabo deixando transparecer só as coisas que eu mais quero mudar em mim. Todo mundo me conhece tão superficialmente, conhecem justamente o que eu menos gosto. Eu acho que sou uma pessoa tão melhor do que pareço. E quase ninguém me conhece assim, porque eu não deixo mesmo. Se eu me deixo conhecer eu me apego. E eu crio uma barreira de proteção, analisando e selecionando quem eu acho que pode fazer parte da minha vida pra sempre, pra não me apegar em vão. É divertido de vez em quando falar um monte de besteira com as quais eu discordo, mas chega uma hora que cansa e eu quero falar o que eu acho de verdade. Pff. Vai saber, né? Vai que eu tomo coragem um dia de abrir a boca? Acho que estou até evoluindo nesse sentido. Depois de quase dois anos em silêncio. Eu venho soltando aos poucos a história. Não tem jeito. Todo mundo precisa falar. Puxar alguém, sentar, e destrambelhar a falar até não ter mais voz, ganhar um abraço em silêncio e ir ver vitrine, ou tomar café, ou sorvete... Só isso já faz TANTA diferença. Eu não acho que as pessoas não me entendem, mesmo que pareça que eu acho, já que a internet tem esse poder ridículo de fazer tudo parecer dramático. Eu tenho plena consciência de que me entenderiam se eu falasse e eu não falo porque me acomodo e não tento falar.

Um dia desses, semana passada, desabei depois de me dar conta que eu não vinha sendo eu. Quando parei pra tentar me reconhecer, parei pra olhar minha vida, nada não coube mais em mim e eu explodi. O melhor remédio foi, depois de uma noite de sono, acordar com o céu azul ouvindo chico buarque. Melhooooor remédio não foi. Mas o melhor remédio possível foi esse. Não reclamo muito de não ser eu sempre porque cansa ser a mesma pessoa o tempo todo. Quem não cansa? Eu canso. E é bem divertido as vezes fugir disso. Só que, de repente, eu levo um susto, porque passo muito tempo me divertindo assim e depois sinto medo de me perder no meio do caminho.

A verdade é que dá medo de crescer e não conseguir ser competente em nada. Tenho o maior medo de não conseguir se boa no que eu mais gosto e ter que me conformar com outra vida diferente da que eu planejei. E sempre é diferente. Independente de profissão, dá medo de crescer e esquecer as coisas boas que eu penso. Esquecer eu não vou, mas sabe, tenho receio de me deixar amargar demais e parar de sonhar. Dá medo de mudar pra pior. Dá medo de continuar me trancando e perder muitas oportunidades de ensinar as coisas lindas que eu aprendi.

Ando sentindo a maior falta de olhar, só olhar e já entender tudo. Ando sentindo falta de me deixar olhar e me sentir decifrada só por isso. Ando sentindo muita falta daquela amizade, daquele amor incondicional. De poder ligar, de poder ouvir a voz, de poder abraçar, de poder contar tudo, de poder falar nada e ganhar o dia por todo o carinho desses minutos de companhia silenciosa. Li num livro de um autor chamado Bernardo Élis que nós sabemos que temos um amigo verdadeiro quando ficamos em silêncio com ele e achamos isso suficiente, gostoso. Se o silêncio incomoda, não existe amizade ali. Essa é uma verdade muito grande. Tenho saudade da gargalhada inocente, de esquecer de tudo a minha volta... de estar com quem sabia tudo de mim, que me ouvia a qualquer momento, da companhia incansável, das melhores companhias. Cada um tem um tempo aqui, mas o Bruno e a Lygia tiveram um tempo curto demais. É uma saudade doída, mas também é bonita. Cheia de amor, um amor que ninguém tira de mim. Essa é uma das minhas alegrias, poder carregar minhas lembranças por toda a vida.

Um dia desses fiquei bem feliz. Ri até doer as bochechas e ter que segurá-las. Há mais de um ano eu não fazia isso. Queria que eles pudessem ver, ficariam contentes.

Ai, cansei desse computador. Desdo meio-dia estou aqui. Recorde. Há tempos desacostumei com isso, e agora me dá uma inquietação quanto ultrapasso 1h aqui na frente. Dá vontade de me mexer, gritar, socar o computador até quebrar, nossa, irrita! Hoje foi mesmo o dia de relembrar os velhos tempos. Como eu conseguia ficar on-line tanto tempo? Começa a dar dor nas costas, no olho, na testa, UI! (Um minuto, vou buscar um cd que estou muito afim de ouvir pra me acalmar). Ahhhh, ufa! Bem melhor agora. Quase não ouvi música hoje, já tava dando tremedeira. Voltando ao computador, passei a tarde inteira aqui e nem passei protetor solar. Descobri que a luz do monitor é mais prejudicial que a luz do sol. Devo ter envelhecido um bocado, droga!
Hoje as meninas estão afogando as mágoas em garrafas de Campo Largo e eu não pude ir. Queria ir lá dar umas gargalhadas e falar besteira. Hoje é um dia que eu não queria ter tido tanto tempo pra pensar e ser eu. Que bom que o final de semana está acabando (nem acredito que falei isso)!

é obrigatório pôr título?

Sempre, desde quando eu era uma miniatura de mim, tive dificuldade com títulos. Meus títulos sempre são idiotas como "acordei tarde" ou "estou com sono" ou "férias felizes". Sempre tive pânico de narração em vestibular porque corretores querem títulos originais. Acho realmente constrangedora a obrigatoriedade dos títulos. E admiro demais pessoas que escrevem coisas inteligentes/engraçadas/criativas nesses malditos retangulozinhos repressores.

Outra coisa que sempre me indignou em blogs é a impossibilidade de se começar um parágrafo dignamente. O que custa fazer algo que permita o aparecimento do bonito espaçozinho-de-começo-de-parágrafo depois de apertar o 'tab'? (Vai ver até tem e eu, ignorante, não tô achando.)

Ontem a Isa me viu comentando num blog, viu minha foto e perguntou: "Carol, você tem blog?" Sabe, eu NÃO TENHO um blog. Ainda não tenho. Não publicamente e acho que vai continuar assim. Eu não falei que poucos dias depois eu ia sentir vergonha do meu primeiro post? Pois é! Já sinto uma vontade quase incontrolável de apagá-lo. Eu lembro agora que eu refletia muito minha carência nos meus blogs. Eu sentia a necessidade de ser lida, mesmo falando que não fazia questão de que lessem. Era uma forma de receber atenção, de ser ouvida. Sendo que eu não era ouvida de outras formas porque eu não falava! Hauhauahua. Muito engraçado lembrar o que a gente pensava no passado. Enfim. Eu refletia minha carência em blogs. Agora eu não quero refleti-la em lugar nenhum e em ninguém. Essas coisas são perigosas. E tenho receio de que em dias descontrolados nos quais eu falo compulsiva e inpulsivamente coisas com as quais eu nem sei se concordo eu acabe achando uma brecha pra me descontrolar on-line e não no silêncio sensato do meu quarto.

Pra começo de conversa, nada de "blehs". De onde eu tirei isso? Olha que palavra horrorosa! Nossa, definitivamente vou apagar meu primeiro post. Vou mudar o nome do blog também, só não sei pra qual (a mesma ladainha de títulos). Não vou falar sobre minhas desgraças, nem sobre meus tédios. Também não tô afim de escrever sobre meu dia, porque escrever o percurso Casa - StaCândida/CapãoRaso - UTFPR - Yoga - StaCândida/CapãoRaso - Casa todo dia não dá, nãããão dá. Não escrevendo sobre essas coisas me resta escrever besteira e, nossa, entre usar meu tempo livre escrevendo besteira e lendo um livro, eu vou ler um livro, oras. Deveria, agora, inclusive, estar lendo o livro do Dostoiévski que comecei e tanto reclamo por não ter tempo de terminar.

Pronto. Não devo ter um blog mesmo. Acho que já tive minha fase de aproveitar demais isso e viver em função disso e e e... Agora eu não tenho tempo nem pra dormir. Vai ser um post a cada 5 meses, algo do tipo. Não faz sentido se eu não estou disposta a abrir minha vida particular pro mundo inteiro.

O que acontece é que eu sou muito nostálgica. Volta e meia me dá saudade do meu ensino fundamental quando eu não precisava estudar pra ir bem na prova, quando eu não precisava me empenhar em trabalhos, quando eu ficava das 14h até as 20h fazendo minhas unhas com a maior perfeição, quando eu assistia a todos os seriados do universo, lia todos os livros do mundo e configurava por horas e horas o meu blog. Então, numa tentativa absurda de voltar no tempo e prolongar minhas horas livres eu crio um blog sem nem saber por quê. Não tenho pique pra contar meu dia, não tenho as caras de contar oq eu sinto assim tão publicamente... por que raios eu criei um blog?
Por nostalgia, pura nostalgia. E nos dias que eu tiver bem beeeeeem nostálgica talvez eu venha aqui fingir que é tudo descomplicado como antes. (ó drama! parei de escrever em internet por isso, porque quem lê não sabe o tom que você está usando e tudo soa tão dramático! ui, ui.)

Aproveitando que pseudo-não-tenho trabalhos pra fazer (poderia estar fazendo alguns, mas qual a graça de fazer com antecedência? tem que fazer um dia antes pra depois poder recalmar de sono =p), vou relembrar os velhos tempos contando... (não, não mudei rápido de idéia. Entrei aqui pra contar mesmo meu dia, mas já avisando que isso não vai se repetir muito).

Ontem o céu tava o céu mais lindo do mundo! Nunca vi um céu tão lindo, em todos os dias da minha vida. Bem, depende. Se for pensar em alegria, companhia, amor, já vi céus muito mais lindos, eles eram muito muito mais lindos e depois que eles foram embora pra outro mundo eu demorei pra conseguir olhar pra cima de novo. Voltando a ontem, olhando só o céu, só-o-céu, sem a influência da companhia-que-deixa-tudo-mais-bonito, sem o sentimento que deixa tudo mais azul e todas aquelas coisas fofas... olhando só o céu numa ordenação de grupo, independente e separável de outros fatores (ê, fayga! \o/), numa observação fria e objetiva, o de ontem era o mais lindo que eu já vi! Sem nuvem alguma, contrastando com as árvores num tom de azul que “não existe”! Impossível representar aquela cor com cyano, magenta e branco. Ou sem magenta, ou sem branco, ou... Não dá! Im-pos-sí-vel! Os professores de teoria da cor dizem que se pode fazer todas as cores a partir das primárias, mas duvido que a professora-perfeita-Luciana conseguisse achar aquele tom com guache. Talvez, beeeem talvez, o Toulouse Lautrec conseguisse achar com pastel, mas bem talvez mesmo.

Enfim, era o céu mais lindo de todos os tempos. Eu poderia casar com aquele céu. Eu poderia morrer naquele momento olhando aquele céu. LINDO! E aquelas tendas que puseram no pátio da UTFPR impediram grande parte dos alunos de presenciarem aquela imagem maravilhosa.

Todas nós nos empolgamos em passar a tarde em um parque curtindo o sol e o céu. Cheguei em casa da aula, tomei banho, passei um tratamento caríssimo de três passos que eu comprei (e fali) pra ver se desisto de passar a máquina-zero no meu cabelo, almocei, me arrumei e peguei TRÊS ÔNIBUS pra chegar ao Jardim Botânico. Tanto empenho pra descer no tubo e ver o céu cinza (curitiba-do-mal) começando a desabar.

Isso nos desanimou? Jamais! Exemplo de brasilidade! Fomos todas peitudas (me refiro à coragem, não me processem por propaganda enganosa) pra baixo de uma árvore. Não desistimos. Esticamos a toalha de chita pra fazer piquenique e ficamos lá no frio sendo atacadas por milhões de folhas secas-de-outono arrastadas pelo vento. Já contei que tinha mil casais por lá? Pois é. (pois é). Pulando essa parte, rimos um bocado, porque o que vale é a companhia (ah! Estávamos a Gabi, a Isa e eu. O resto do pessoal furou), e voltamos. Fui em casa pegar minhas frescurites de mulherzinha pra dormir na casa da Gabi, fui ao supermercado com a minha irmã, abracei ela pra cabermos as duas debaixo de um guarda-chuva, e fomos alvo da imaginação-podre dos pervertidos que olham duas garotas quase-gêmeas e acham que elas vão se comer por estarem abraçadas.

Pulando mais detalhes chatos, fui à casa da Gabi. A Isa e a Ju também foram. Foi ótimo. Rimos e rimos e rimos, e comemos uma pizza maravilhosa, e dormimos na primeira cena de um filme ótimo, tudo porque fazemos Design. Nossa, essa faculdade atrapalha até as noites da mulherada.

Tive um sonho bizarro ultra-cinematográfico. Só que, mesmo tentando relembrar os velhos tempos, não estou nem minimamente afim de contar como foi.

Agora estou aqui em casa de bobeira. Apanhando do Photoshop. Revoltadíssima com esses grupos incompetentes que passam uma tarde na mesma batucada e têm coragem de dizer que tocam maracatu (tem um grupo desses agora aqui perto da minha casa). Se eu fosse milionária, pagaria uma passagem pra eles irem a Recife ouvir o bom e verdadeiro maracatu. Como não sou, me conformo em ver filmes bobos, ler, comer gelatina, tomar chazinho, ouvir música, fazer nada e, como em todo dia, nostálgico ou não-nostálgico, me conformo em sentir saudades.

Esqueci de contar que meu cabelo está a caminho da perfeição. Valeu a pena falir por uns meses com aqueles cremes. Uau! Acho que esse é o primeio tratamento da minhaaa viiiida que deu resultado. Tomei altas gotejadas de chuva ontem e ele continuou lindo. Dormi, acordei e ele continuou lindo. Vim pra casa, tomei mais chuva, E ELE CONTINUOU LINDO! Parece milagre, parece sonho, parece impossível!

Pff, minha promessa de escrever pouco foi por água abaixo, assim como minhas promessas de ano-novo. Ah, já que é pra relembrar velhos tempos, tem que relembrar direito, néan? Putz, se eu escrevi tudo isso, talvez eu tenha um blog. Será? Que coisa, depois eu penso sobre isso. Tchau, até a próxima nostalgia, beijomeliga.
*adorei isso de poder mudar o tamanho da letra.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

post primeiro

depois de passar dias dormindo durante 2h em função de trabalhos intermináveis
entreguei o maior deles
e agora tenho sono, muuuuuuuito sono.
estava aqui de bobeira e resolvi fazer um blog, veja só.
lendo o de uma calourinha senti saudade dos meus tempos de ouro em que eu dedicava tardes e mais tardes em posts.
já tive alguns blogs durante a vida, os motivos de abandono são sempre os mesmos (escrevo demais, DEMAIS, textos grandes e mais pessoais do que deveriam. me estresso com pseudo-desconhecidos dando pitaco na minha vida e deleto tudo).

por isso, alguns comprometimentos desde já
1. vou escrever pouco, ó céus, eu preciiiiiiiiiso conseguir escrever pouco. meus posts precisam caber em 10 minutos de dedicação, nada mais.
2. nada de detalhes sórdidos sobre momentos sórdidos
3. nada de abrir a boca pra escrever coisas das quais eu me envergonhe mais tarde
(e já tô vendo que não vai dar certo. na próxima semana já vou ficar vermelha relendo isso aqui)

por isso é uma vantagem escrever pouco...

é isso, aqui estarão registrados os meus "blehs".
não costumo escrever coisas saltitantes, eu não sou saltitante, eu não vou escrever que a vida é bela. uma excessão à essa regra é o céu, PUTZ, como o céu estava lindo-e-azul-e-sem-nuvens!

descobri coisas curiosíssimas sobre cuidados com cabelos cacheados. estou saltitante (momentaneamente, vai passar em 5 minutos, não se acostumem) esperando pra pôr em prática as novas táticas amanhã.
não pode secar o cabelo com toalha de algodão. que coisa! imaginem passar 18 anos da minha vida de cachos sem saber disso?
agora preciso arranjar uma toalha de microfibras sabe-deus-onde.

voltando aos blehs...
tenho sono, muito sono
deveria estar dormindo, mas preciso terminar um trabalho com aquarela pra amanhã.
é super divertido de fazer quando não se está com sono.
tenho vontade de chorar quando durmo pouco.

vou embora.
resumindo o futuro desse blog, quem sabe seja duradouro dessa vez,
escreverei textos chatos aqui, certo? só produzo posts legais quando estou legal.
mas, estar legal e estar com sono são antíteses.
e estar com sono é uma constante no meu curso.
abraço no olho.