N em detalhes agora. Vou tentar conter todos os “aaaaaaaaaaaaah, muito booooooooooom” do meio das frases pra facilitar a leitura. Começando do começo, viajei sexta-feira doentaça, ou sei lá que nome dar àquilo. Febre, falta de ar, tontura e nó no estômago, resumindo. De manhã cedo eu fui ao cefet entregar o trabalho da prof perdedora, fiz tudo perfeitinho pra ela arrumar do que reclamar, até que eu dei o toco nela e falei que estava atrasada pra viajar. Meu celular estragou no meio do caminho, dentro do ônibus e depois de 30min com o secador em cima dele, eu desisti de fazê-lo funcionar. Agora, ele funciona quando quer. Todas as vezes em que eu precisei, ele não funcionou, claro. Mas em algumas vezes que eu olhei, ele estava funcionando. Que trágico, não? Nokia imortal.
Voltando à viagem, duvido que alguém tenha interesse em saber os detalhes que eu vou escrever aqui, mas vou escrever mesmo assim mais como forma de registro do que qualquer outra coisa. Meu primeiro N, né? Tenho que mostrar pros meus netos, um dia, ou pros meus sobrinhos-netos. O hotel, em São Paulo, era muiiiito fiiiiim de carreira, meodeos. Era um tanto imundo, tinha o pior colchão de todos, um corredor aterrorizante até o quarto e manchas no lençol não quero nem imaginar de quê. Minha amiga, Bru, que mora em Guarulhos, foi lá me ver. Segundo relatos dela, aquela rua é desconhecida por todos, quase todos, exceto pela tiazinha que olhou feio quando ela perguntou onde ficava. Indo direto ao assunto, era uma rua de prostíbulos. Hauhauahuaah. Onnnde eu fui parar? O importante foi que eu continuei viva, em segurança, e gastei só trinta reais. No dia seguinte, sábado, fomos pra manaus. Pegamos outro hotel semi-fim-de-carreira, mas demos a sorte de ser do lado do cartão-postal da cidade: o teatro Amazonas. Tiramos um monte de fotos de lá \o/. Pra minha infelicidade, vi hoje que saíram todas tremidas.
Visitamos uns três pontos importantes nesse dia, conhecemos um pessoal de Bauru do N (era só olhar de longe pra reconhecer algum encontrista. Eles nos viram e gritaram na hora: “DESIIIIIIIIIIIIIIIIGNNNNNN!”), de São Luís e de Curitiba. A gente era muito pop, lá, meodeos, viramos atração. Um bando de branquelas andando juntas, o povo se empilhava no ônibus pra olhar, sabedeus por quê motivo, só sei que foi uma experiência meio assustadora. Vi cada cena que só acredita quem viu junto. Tinha gente que passava e falava “olha, são branquinhas mesmo”, ou falavam “Hi, girls, how are you?” achando que éramos gringas, e alguns foram bem agressivos também. Acho que o centro não é parâmetro, mas nos outros lugares pelos quais passamos, nos receberam muito bem.
Fiz um passeio de barco alucinante. No meio da floresta mesmo. Vi o encontro das águas do Rio Negro com o Rio Solimões. Parece água e óleo. Não se misturam mesmo. O rio negro é escuro que nem coca-cola. E o solimões é marrom, lamacento. Eles não se misturam nem um pouco. É incrível, lindo! Vi vitória-régia (sempre quiiis ver umaaaa \o/ vai ser dificil escolher a foto mais linda pra pôr aqui), vi bicho-preguiça, jacaré, cobra, pirarucu (esse peixão aí).... E encontrei os três tons de verde mais lindos de toda a minha vida. Acho que vou até pôr uma foto aqui, que tem um verde liiiiiiiiindo, sem nem um segundo sequer de photoshop. Fiquei encantada, maravilhada. Voltei com cara de boba. Olho as fotos e faço cara de boba de novo. E não paro de cantar as musiquinhas-trilha-sonora do N.
A UFAM, onde nós ficamos, era no meiooo dooo maaaaatooooooo. Mesmo. Vi macaquinhos e esquilos nas árvores de lá, coisa mas linda. Tirei foto dele. Fiquei lesada olhando o macaquinho pular, fazendo o maior escândalo “oooooooowwwwwwnnnn, que fooooooooofoooooooo!”. O encontro foi ótimo. As palestras e oficinas estavam apavorando. O único problema é que acontecia tudo no mesmo horário e eu acabei perdendo 70% do que eu queria fazer. Chegamos no alojamento, era descoberto e tava chovendo. Resumindo, foi uma lamaceira completa durante uma semana. Mas foi muito divertido. Tinha uma galera ótima lá, conheci muitas pessoas maravilhosas. Ri muito, muito muito (só mais uma vez: MUITO). E o próximo N vai ser em Recife! \o/ Estou saltitante! Já me programei. No próximo ano não vou faltar aula alguma e vou começar a negociar minha situação desde cedo com os professores, pra ir passar uma semana no N e uma semana com meu paizinho amado.

As festas superaram minhas expectativas. As do R foram super palhas, ouvi dizer que as do N também costumam ser. Fui esperando por pouca coisa, mas foram boas, bem boas.Não todas, né? Mas algumas foram ótimas. Uma foi típica de Manaus, que rendeu muuuuuitas risadas. Outra foi à fantasia, engraçada também. Em outra tocou uma música bem boa e tranqüila, clima barzinho-beira-mar, com desfile de “moda” (pffffffffffrrrrrrrrr, hauahuahu) e velas na piscina... acabou que todo mundo se jogou na água (ou foi jogado na água como no meu caso). E é... foram essas, porque nas outras eu não fui.
Chegou um momento que eu cansei de protetor solar e repelente. Saldo de 6 mordidas de muriçoca, apenas. E ainda peguei um bronze sem me queimar, saí no lucro. Voltei desidratada (naquele calor absurdo sem tomar água) e subnutrida, com pelo menos 2 quilos a menos e o estômago do tamanho de uma ervilha. Um quilo eu já devo ter recuperado hoje de noite, azar de ter família que cozinha bem.
Voltamos mais cedo e não conseguimos despedir de todo mundo. Muito tristeeeee. Voltei com o coração na mão. Queria muito ter ficado mais tempo. Mas quem vai de promoção dá um jeito, né? A solução é se conformar e esperar o próximo N. Bem que me disseram que depressão pós-N existe. A gente passa um ano inteiro vivendo em função disso. Maior saudade!
Esse foi um pôr-de-sol perfeito enquanto íamos pra São Paulo. Agora começa a palhaçada. Nosso vôo SP-CTBA atrasou. Certo, tudo bem, normal, né? Normal. Esperamos, entramos no avião, levantamos vôo... Paramos em cima de Curitiba e ficamos. A tripulação estava em pânico. As comissárias de bordo estavam pálidas, com os olhos arregalados, voz de choro... Tinha gente chorando, tinha médico-passageiro acudindo uma mulher passando mal, tinha gente repensando a vida inteira olhando fixo pro chão, tinha gente em choque. Um bafafá! Por causa da neblina não pudemos descer em Curitiba, fomos até Florianópolis (que estava lotada) e voltamos pra guarulhos (provavelmente com pouco combustível porque nunca fiz uma viagem tão tensa). Foi uma experiência muito “vou morrer”. Mesmo. Descobri que eu não morreria tão tranqüilamente dentro de um avião. Pessoas desesperadas me angustiam. Se eu estivesse sozinha, seria de boa. Mas ouvir a galera em pânico realmente não dá, principalmente quando tem alguém conhecido junto.
Chegando em Guarulhos, armou-se o barraco. Povo gritando, querendo processar. Uma comédia se eu não estivesse cansada demais pra tanto barulho. Acho que eu era uma das únicas pessoas tranqüilas ali. Eu e a Ju. Todo mundo entrou em pânico achando que ia ter que morar pra sempre no aeroporto, tudo por causa de UM vôo que não deu certo. Tratando-se de Curitiba, isso deve acontecer todas as semanas durante o inverno. Uma hora as coisas se ajeitam, uma hora tudo se resolve. É só sentar e esperar. Pra quê ficar berrando? Pra quê reclamar? Resmungar não vai apressar a volta pra casa. Já que aconteceu, respira fundo, senta e espera de boa, em paz. Não é difícil. Ninguém vê quão fácil é isso? Não, tem que fazer escândalo, tem que reclamar. E ninguém parou pra agradecer por estar vivo. Ninguém parou pra pensar “Putz, conseguimos pousar, que bom! Vou ver minha família de novo, é isso que importa!” Com a tensão que tinha entre aquela equipe de vôo, certamente estávamos em risco, e ninguém parou pra pensar que o importante era estarmos bem. Dentro de um avião lotado, ninguém conseguiu parar pra pensar nisso. Claro que não é a coisa mais agradável do mundo esperar mais do que o planejado dentro do aeroporto. Mas existem coisas tão mais sérias. Sinceramente eu não consegui, depois de ver tanta tensão, fazer algo além de agradecer pela minha vida. Eu só conseguia pensar: “Estamos vivos! Parem de brigar, parem de reclamar! Podia ser incrivelmente pior. Estamos bem, agradeçam!” É difícil entender. A impressão é de que ninguém se satisfaz, sempre procuram algo pra reclamar.
Isso me indignou de uma forma que eu não conseguia abrir a boca direito. A única coisa que eu podia fazer era olhar e esperar fazerem silêncio. Sei que o barulho causou uma turbulência dentro de mim que eu não ia agüentar por muito tempo. Curitiba, inverno e neblina são sinônimos. A companhia aérea não tem controle sobre o tempo. O aeroporto ter fechado não foi culpa de ninguém. Gritar ia fazer o aeroporto reabrir? As pessoas não se economizam, meodeos. Enfim. Entregaram passagem pra mim e pra Ju pro vôo das 7:30h da manhã seguinte, partindo de Congonhas, e obviamente que não saiu no horário porque se tem neblina de noite também tem de manhã. Dormi em pé e acordei caindo no chão como já disse. Fiquei completamente bêbada de sono, foi uma das piras de sono mais intensas da minha vida, acho que A mais de todas porque passei uma semana sem dormir. De sentir a cadeira mudando de lugar, de enxergar menininhas aterrorizantes que não existem com vestido xadrez vermelho, em pé, olhando pra mim, de distorcer mensagens e ouvir mais do que o normal, e etc. Quando eu digo que tenho pira de sono ninguém acredita que é pira mesmo. Mas é verdade. Deve existir alguma droga no mundo com esse efeito. Se não existe ainda, um dia vai existir. É péssimo. Com direito a alucinações e conversas que não acontecem de verdade. Eu não lembrava mais meu nome. Dormia de qualquer jeito. Dormia conversando, era só piscar. E quando cochilava não ouvia o mundo a minha volta. Quando tava acordada, a moça dos auto-falantes do aeroporto falava e eu não entendia nada. Foi tenso. Mas aí o vôo saiu às 11h, 12h depois do planejado. A Gabi e a Sofia pagaram ônibus, e o ônibus estragou no meio do caminho. Então, tiveram que pegar carona com um ônibus caindo aos pedaços e chegaram as 15h da tarde. Muuuuuuuuito zoada essa volta. Vamos nos benzer, eu acho.
Cheguei em casa, tomei um banho maravilhoso, demorado e quentinho. Fiz hidratação no cabelo (só eu mesmo) depois de uma semana sem cuidar dos cachos, e aí dormiiiiiiiiiii durante 24h seguidas. Nunca dormi tanto na vida, foi maravilhoso! Agora vou investir na recuperação da minha saúde porque uma semana comendo mal, sem beber água, debaixo do sol e sem dormir, não é exatamente a fórmula mágica pra longevidade.
A viagem foi maravilhosa. Voltei com os olhos cheios de lagrimas de saudades. Foi uma experiência muito forte. Todo mundo se virando sozinho, sem contato com a família, acaba se apegando muito. E acaba se acostumando com a independência. E aí, voltar pra casa e dar de cara com a cobrança e as intrigas sem sentido é um baque.Tudo pesa muito, mais que antes. É como se eu estivesse me acostumado a morar sozinha. Dá vontade de fugir.
Foi uma semana realmente produtiva. De aprendizado. De contato com outras realidades, de reflexão intensa. De conversas produtivas. De experiências novas. De planejamento profissional. De ouvir coisas lindas e me surpreender falando mais do que eu supunha conseguir. De me impressionar, de fazer perguntas e buscar respostas, de dar de cara comigo. Enfim, de enfrentar muita coisa. Com todos os momentos de conflito mental, de sono, de lama, de calor, eu amei. A-mei e sou grata por cada momento.
E agora eu vou ficar acordada pra sempre. Hoje foi complicadíssimo me manter dentro da sala. Me senti prisioneira. Voltar de uma semana maravilhosa em Manaus pra cair, numa segunda-feira, na aula da Daniela, é pra desesperar qualquer um. Estou fazendo um post do tamanho do universo por que? Obviamente porque eu tenho mil trabalhos pra fazer. E nessas horas, a gente tem vontade de fazer tudo, até faxina. Já lavei roupa, já dormi, já pintei minhas unhas (de uma cor mega chamativa e descobri só há pouco que não tem acetona aqui em casa), já copiei cds pra pôr no mega-power-dvd-do-kzau, já mandei email, já entrei em contato com o pessoal do N, e agora estou aqui me enrolando. Estou sentada de frente pro pc desde as 17h tomando coragem pra fazer trabalho. Quanto eu já fiz? Talvez 8% de tudo. Isso porque eu estou ciente de que não posso dormir nunca mais até as férias, começando por hoje. Gente, vou tomar banho e ficar pronta pra aula pra fazer trabalho até amanhã. Tchau!
PS: 4 páginas no Word, ok, isso me assusta.
PS2: Desculpem a péssima diagramação. Mas as ferramentas do blogspot não colaboram e as fotos sismam em não ficar no lugar em que eu as pus.
Um comentário:
nem fale disso de embriaguez de sono...
minha mãe veio e me deu calmante hoje, quando voltei pra casa.
ela olhou pra minha cara, e falou:
-filha, olha, isso aqui acalma.
-sério?ME DÁ!
aiaiaiai.
tenho o artigo pra fazer e nem comeceeeeeeeeeeeeeeeeei!
D:
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