domingo, 29 de junho de 2008
"pras crianças do marrocos comerem cho-cho-cho-chocolate-te..."
sábado, 28 de junho de 2008
"corre corre corre corre corre, u-u-ú-uh!"
[madrugada de quarta-pra-quinta] Meu mock-up não fica pronto nunca nessa vida. Tenho que ficar acordada esperando a tinta secar pra eu pintar o outro lado pra secar pra eu passar verniz pra secar pra passar do outro lado pra secar pra quem sabe passar verniz tudo de novo pra quem sabe chegar as 7:30h no cefet. São 5 peças, pintadas de um lado e de outro, e agora estou na terceira demão, o que contabiliza TRINTA passadas-de-tinta com o mesmo rolinho-lavado-30-vezes. 30 de tinta e 10 de verniz, ó céus! O que me resta é escrever enquanto seca. Vou pôr aqui algo que eu escrevi em papel na segunda (se eu achar o papel, só um minuto..).
[21:05h de segunda] Chego em casa coberta de madeira, moída e em pânico. Me joguei na cama pra descansar, mas deu vontade de escrever. (Pc ocupado, abre caderno) Escrever em papel é divertido. Muitas coisas ficam transparentes, coisas que não aparecem no texto digitado. O mais interessante é quando a cabeça corre à frente da mão. Algo em mente precisa ser escrito mais adiante e, para não esquecer, a mão se dirige rapidamente até o fim da página, rabisca displicente três ou quatro palavras-chave e volta ao ponto de partida. Deve ser legal, depois de anos, olhar essas palavras-chave e observar, logo abaixo delas, o desenvolvimento da idéia. Pode ser que essas mesmas palavras tenham qualquer outro significado quando lidas mais tarde. E eu agora rodeio falando sobre escrever em papel enquanto gostaria de falar sobre qualquer outra coisa. Acho que enjoei de mim. 21:23h (uma pausa pra descansar da minha voz interior).
[de novo, madrugada de quarta-pra-quinta] Lembro que eu tinha muito sobre o que escrever nesse dia. Escrevi palavras-chave no final da folha, mas acho que vou deixar pra outra oportunidade o desenvolvimento delas. A última coisa que lembro foi de ficar irritada comigo, fechar os olhos pra descansar sem pensar, e só. Desmaiei. As 21:24h eu já estava dormindo muuuuuuito. Ultimamente vem sendo assim. Quando eu penso em deitar, já estou dormindo.
Mudando de assunto, morei no cefet nos últimos dias, chegando às 7:30h e saindo às 22h. Trabalho braçal na marcenaria, fura, corta, cola, lixalixalixa, passa massa, espera secar, lixalixalixa. Resultado: estou toda dolorida e tenho um dedo que quaaaaase foi mutilado na serradeira. E, de tarde, depois de fazer furos errados, tive meu giga surto de gargalhadas-malígnas+choro-compulsivo em público, e mais de uma vez por dia! O que um mock-up não faz com uma pessoa? Eu quis tanto um abraço! Quis tanto vários abraços! E nenhum deles estava por perto. Aí eu fugi. Fugi e liguei pra minha carioca. 8 reais em 4 minutos de interurbano (roubaClaro roubaClaro).
- Gata, como você está nesse fim de semestre?
- Tô f*dida, muito, meodeos, você não faz idéia, Lu, nossa, aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhh.
- Você não tá mais fodida que eu, ninguém tá.
- Claro que tô! Eu tenho 14 coisas pra entregar só nessa semana!
- C*-r*-lho! (porque mocinhas viram meninos em fim de semestre mesmo)
- Eu quero a nossa 8ª série de voltaaaaaaaa! (choro histérico, engenharia cefetiana olhando com cara de medo)
- Eu tambééééém.
Cheguei em casa e falei empolgadamente: “QUEM QUER PINTAR MADEIRA COMIGO LEVANTA A MÃO!” Ninguém levantou ¬¬.
E é isso. Estou sem internet no quarto. Logo, não faço idéia de quando vou postar isso aqui. Não faço idéia de como vou estudar pra prova de Materiais da segunda (a matéria está toda na internet). Não faço idéia de quantos dias eu vou fazer caber nesse post. Não faço idéia.
O resumo da semana foi: dias morando na marcenaria (é divertido e terapêutico quando tudo dá certo, o único problema é quando a gente inventa de errar), aniver da Lílian (e todos os momentos divertidos e bonitos envolvidos), mock-up que quaaase ficou perfeito até resolver me boicotar e grudar o verniz em um monte de folhas e soltar tinta e e e e ficar feio (também tava uma delícia de fazer até começar a dar errado), apresentação cabreira diante das duas-mulheres-mais-fodas-do-universo+câmera-filmadora (não seria tão ruim se minha proposta não fosse tão ruim), piras-de-sono, conversas com a música do Lenine (efeito da pira), biarticulado que pisca e se mexe freneticamente pra frente e pra trás enquanto está parado (efeito), pessoas não existentes que surgem no meio do filme do meu lado durante alguns vários segundos e desaparecem de repente (segundos suficientes pra perceber que não foi um vulto apenas, foi uma alucinação de sono), andanças e reflexões, alegria e pânico, expectativas e frustrações, orgulho e fracasso. Nessa semana eu passei por todos os estados de humor, senti tudo. Se não fossem momentos maravilhosos entre um surto e outro (;p), seria mais difícil chegar até o final. E ainda bem que a semana acabou porque não agüento mais essa loucura de reagir diferente a cada segundo.
Ontem (sexta) foi um dia semibom. A temperatura ambiente estava ótima. O céu era um céu qualquer, azul enxaguado com várias nuvens, mas a temperatura era boa, a música era boa e foi ótimo sair andando. Não andei sem rumo porque tinha coisas marcadas pra fazer, mas fui andando até os locais aonde precisava ir. Estava tudo muito bem até entrar em casa. Vem sendo difícil entrar em casa. Algo dentro de mim começou a fervilhar e eu estava prestes a explodir, com um nó preso na garganta que me segurava e me impedia de falar, de gritar, de chorar, de qualquer coisa que pudesse aliviar o peso. Tentei vários tipos diferentes de respiração, resgatei os exercícios da yoga, comi chocolate, bebi água, uma dose de licor de maracujá, tentei dormir, assisti o DVD do “Cócegas” (é chato, não aconselho), ouvi música, toquei piano durante umas 2h e nada, nada tava me acalmando. O piano foi a última tentativa e ajudou bastante, mas não o suficiente. E aí eu arrastei minha irmã pro cinema. O filme (Sex and the city) estragou o seriado, óbvio, porque estragar livro é coisa do passado, a moda agora é estragar seriado (não acredito, agora vou ficar com aquele funk ridículo grudado na cabeça... e vocês também auahauhaua =p). Mas foi bom. Eu me acalmei, voltei pra casa e desmaiei (meus pesadelos começam a me irritar ¬¬). Agora vou terminar de desfazer minha mala (é, ainda não terminei). (15h)
(21h31) Agora estou aqui. A internet voltou \o/. Deveria aproveitar pra fazer download da matéria da prova, mas em vez disso resolvi escrever nada-com-nada aqui, com licor de maracujá de um lado, esmalte do outro, com KT Tunstall rodando no som. Ela é tão legal! Aproveitei que quase não tenho mais o que fazer pra ficar deitada prestando atenção na letra das músicas.
Fiz algo bom hoje. Não foi “Nossa, Carol, que bom o que você fez!”, mas pra mim foi bom. Me desapeguei um pouco de coisas, mais especificamente de roupas. Huhauahua. Ai, que vergonha. Esperem, não é tão fútil quanto parece. Eu tinha um monte de roupa guardada que eu não uso e nem nunca vou voltar a usar. Mas estavam guardadas porque têm história, têm muito valor emocional. Marcaram coisas muito boas, de épocas e épocas, e eu guardava tudo, desde 2003. Alguns dias atrás, percebi que elas não podiam mais ficar ali, pelo menos não todas elas. Estava me enrolando pra desfazer a mala do N porque não tinha como arrumar as coisas da mala sem me desfazer de várias roupas antes. Hoje, resolvi dar um jeito nisso. Foi difícil, demorou um monte. Cada peça que eu pegava era pelo menos 10 minutos pensando, lembrando tudo que aconteceu, pra decidir se eu conseguiria ou não me desapegar. Aí peguei um saco, e comecei a contar: “Uma... duas... três... Quatro... Não, não, essa não pode ser a quatro, não, essa não. E agora? Guardo ou não guardo? Ah, vai, quatro...” E por aí foi, até a n° 25. =O Calculei que eu só conseguiria chegar até o número 15, e cheguei ao 25. Com muito esforço, mas cheguei. Claro que ainda tem umas guardadas, e essas vão ficar guardadas pra sempre, não me desfaço delas de jeito nenhum. Tem umas 6 peças-lembrança ainda, acho que não faz mal mantê-las na gaveta. Mas manter 31 peças-lembrança é exagero, nada mais cabia no armário, e eu tive que me soltar.
Foi bom. Me sinto mais leve. Sabe quando dá um orgulho de ver o que a gente fez? Terminei de arrumar tudo e fiquei com orgulhinho de mim. Foi um passo importante que desde sempre soube que teria que tomar, cedo ou tarde, desde Recife, desde os meus 13 anos, e sempre deixava pra mais tarde, sempre adiei. As lembranças vão estar sempre comigo, eu sempre as levo comigo. Elas sempre fazem parte do meu dia, às vezes menos, às vezes mais. Nessa semana, minha oitava série fez muito parte dos meus dias. Saudade gritante da minha Lu-carioca e da minha Lyz. Todos os dias, pelo menos uma vez, sentia uma necessidade quase vital de tê-las do meu lado, de abraçá-las. E já que, emocionalmente, minhas lembranças estão sempre comigo, conservá-las dessa forma tão material não faz sentido. Fico feliz por ter dado esse passo. Sinto como se começasse a organizar melhor minha vida, minhas emoções, minha forma de lidar com emoções.
Agora uma veia começou a saltar freneticamente no meu olho direito. Não consigo mantê-lo aberto. Mostrei pra minha irmã, ex-acadêmica de enfermagem, e ela me olhou em pânico: “CAROL, MEODEOS, ISSO É ESTRESSE. MUUUUITO ESTRESSE. SEU SISTEMA NERVOSO TÁ PIFANDO! VAI DORMIR! VOCÊ NÃO VAI ESTUDAR PRA PROVA AGORA, EU NÃO DEIXO. TOMA ESSE CALMANTE AQUI, TERMINA ESSE SEU LICOR DE MARACUJÁ, E VÁ DORMIR, A-GO-RA!” =
Pérola do meu sobrinho nessa semana:
- Paulo, vai fazer tarefa!
- Mas, vó, eu tenho que brincar! Eu tenho que aproveitar pra brincar enquanto eu sou cirança. Porque depois, quando eu virar adolescente, eu tô ferrado. Vai ser só trabalho, um monte de trabalho, um atrás do outro. Eu não vou poder mais brincar, nem dormir.”
Me desespero porque traumatizei meu sobrinho ou fico feliz por poder ensiná-lo com antecedência como é a vida de gente grande?
Vou lá (ai, que saudade de Pernambuco, nunca mais tinha falado isso), vou obedecer minha pseudoenfermeira particular.
Melô do Designer. Tava ouvindo nessa semana, e tudo se encaixou. O vídeo deve estar com uma qualidade tosca, mas tá valendo.
domingo, 22 de junho de 2008
despedida momentânea, até próxima semana.
(18:33h) Vou ficar aqui até amanhã cedo, até a hora de ir pra aula. E amanhã também, depois também, depois-depois taaaambém. Indo direto ao ponto, esse é o meu último post ever, até o próximo fim de semana ou até as férias. Passei um tempo escrevendo quase que diariamente, mas agora ficou impossível. E agora me deu sono, tudo que eu precisava pra conseguir fazer meus mil desenhos de representação pra entregar amanhã. Descobri ontem que minha lista de afazeres cresceu! Há duas semanas tinha 19 itens. Fiz várias coisas, entreguei várias coisas e ontem, juraaaando que estaria pela metade, refiz a lista e contei 17 itens. 14 deles serão entregues nessa semana. Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah meodeos. Não dá, nããão dá.
(19:32h) Acabo de riscar um item da lista. \o/ Viva o sulfurizé! Meu único problema vem sendo achar imagens boas o suficiente pra serem decalcadas. Nossa, tudo está ficando pronto muito rápido. Talvez dê até pra dormir bastantinho! Meodeos. Como eu nunca pensei nisso antes? Poderia passar nessa matéria do cão com uma super nota sem esforço! *Acabo de descobrir que desenhar com 6b direto, rápido e sem apagar, é super legal.
(20:12h) Ontem não achei a lua. Não dava pra vê-la daqui. Fui pro piano e toquei até cansar. Minha mãe falou: “minha filha, você tá tocando mais bonito!”. =O Mais um fator interessante pra avaliar. Acho que vou começar uma lista de fatores interessantes porque ando sem tempo pra pensar, mas acho que deveria pensá-los todos quando desse. Agora está ficando tarde, daqui a pouco tenho que desligar a música do quarto, quero ouvir arquivos que só tenho no pc, E O DISPOSITIVO DE SOM NÃO FUNCIONA! PÂNICOOOO! Como assim? O que será da minha madrugada sem Badi Assad?
(21:03h) Segundo item riscado da lista. Aeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee! Viva o senhor Google. Viva o bendito ser que inventou o sulfurizé. Vai ganhar um puta abraço meu quando eu chegar no céu (hohoho, ou sabedeus onde). OK, vou parar de contar detalhes sobre os meus trabalhos, foi mal.
(21:51h) Pausa. Estou desesperada por um café.
(22:24h) Antes que vire segunda-feira, o dia de hoje merece destaque. Maravilhoso! Feirinha, exposição no Memorial, apresentação inesperada de tango (meodeos, =O, que sorte a nossa, perfeito-perfeito-perfeito), mini-aula inesperada de tango (ao lado da professora de Materiais, =O, como assim? Se alguém filmou, me avisa!), Imin Matsuri no Barigüi, domingo inteiro fora de casa mandando os trabalhos pro espaço em ótima (ênfase no “ótima”) companhia ;]... muuuuuuuito booom! E, e e e e... ah, e se o dia tivesse mais 12h, eu passaria mais 12h assim com você [vai, Murilo, pode tirar com a minha cara].
(22:54h) Acabei! Não acredito! Em breve, vou dormir. Ó céus! Até meia-noite eu consigo. Beijotchau!
Badi Assad. Belíssima voz, belíssimo violão. Pra vocês conhecerem.
sábado, 21 de junho de 2008
sem título por hoje
Eu fico em silêncio, querendo falar, mas me contento em falar em silêncio. Tenho muitas vontades, mas não faço nada porque, como se estivesse doente, qualquer movimento parece difícil demais. E aí eu sento, fixo o olhar em um ponto, e talvez demore bastante até pra piscar. Fico assim, imóvel, por horas e horas. Tenho a sensação de que não penso em nada. Mas penso em muitas coisas. Só que de uma forma diferente da habitual. Penso e assisto. Não mergulho na história, não participo, finjo não me importar. Assisto como a um filme. Mesmo as coisas importantes eu finjo que não importam no momento. Sei que importam, penso que importam, mas não as deixo chacoalhar dentro de mim porque não quero nada se mexendo, quero estabilidade. Mais que isso, quero me sentir imóvel, por dentro e por fora, até cansar e querer me mexer. Só vejo algo passar pela minha cabeça até que surja outro pensamento. E se alguém perguntasse “no que você tanto pensa?” eu responderia “em nada” porque nenhum pensamento perdura tempo suficiente pra que eu possa dizer que foi pensado. E é uma percepção tão desatenta que se algum barulho forte me tira do meu estado de autismo eu já não consigo lembrar do que eu pensava segundos antes.
Nesses dias, o mais comum é criar histórias. Eu crio histórias com personagens conhecidos. Imagino as cenas como se eu fosse gravar um filme mesmo. Escolho o melhor ângulo, as melhores cores, o melhor momento do dia. Penso o cenário e aí imagino as pessoas sentadas no escuro, em silêncio, encolhidas comovidas, chorando ou sorrindo.
Parece algo deprimente, mas nem é. Acho que é um dia meio sem emoção em que eu finjo ser ninguém. Pode ter emoção também. Mas é uma emoção bem passiva, bem tranqüila e quieta. É um dia pra ficar de frente pro mar sentindo a brisa, ou pra sentar na grama, debaixo do sol, fechar os olhos pra sentir a luz bater, pra sentir melhor o calor. Só sentir em silêncio, sem movimento. Sentir com todos os sentidos separada e demoradamente. É um dia que começa muito mal. Mas depois de ficar imóvel por muito tempo, tudo acaba adquirindo uma profundidade una. Apesar de pensar muito superficialmente, às vezes em situações que nem existem, a vivência é profunda. As sensações são intensas. O sol esquenta mais gostoso quando há silêncio. O barulho dispersa. Em silêncio, tudo se volta pro sol, tudo se concentra no sol, o sol se concentra inteiro na pele e tudo parece infinito. É um momento cheio de paixões, acho que isso descreve bem. Paixão pelas coisas pequenas, simples, que estão sempre ali e ninguém pára pra sentir ou olhar. Paixão pelo calor do sol, admiração, contemplação da condição de estar vivo.
Acho que ter ou não emoção num dia como esse é questão de escolher. Depois de começar a escrever cheguei à conclusão que pode sim ser emocionante. Esse texto está cheio de contradições, mas é porque eu nunca parei pra pensar no que acontece nesses dias. Nunca tentei pôr em palavras, definir, entender como eu me sinto. Sentar na grama, debaixo do sol, e ficar imóvel em um abraço, isso seria cheio de emoção. Emoção silenciosa aos ouvidos, mas gritante, cheias de palavras que nem precisam ser ditas.
Hoje acordei assim. Pessoas e barulho a minha volta. Sem perceber, por muitas vezes, me desliguei e fiquei parada pensando sem nem prestar atenção no que. Voltava de novo à realidade, falava, sorria, me divertia, mas não é dia mesmo pra falar. Senti que era o dia ideal pra voltar pra casa andando beeeeeem devagar com o sol no rosto e a música tocando baixinho no ouvido, delicadamente. Sentei no sofá com o sol entrando pela janela. O céu estava lindo. O sol estava maravilhoso! Fiquei assim por muito tempo, sentada na mesma posição pensando em tudo e em nada. Até o céu fechar e eu desistir de voltar andando. Me arrastei até o ponto de ônibus ouvindo Rita Lee (no seu cd de bossas) sem me dar conta dos carros passando. No meio do caminho de casa, percebi que não sabia que músicas já tinha ouvido. Lembrava de ser Rita, mas não lembrava de nada mais especificamente. É gostoso fazer isso. Descansa. Um dia pra descansar de mim. Depois de passar a sexta fazendo trabalhos detestáveis até a madrugada, foi bom passar o dia assim.
Cheguei em casa: barulho demais pro meu dia. Tive vontade de dar meia volta e achar qualquer lugar, de preferência bastante bucólico, pra formular frases e esquecê-las logo em seguida. Pra decidir falar coisas e desistir logo em seguida. Pra criar diálogos e rir deles logo em seguida, daquele jeito quase imperceptível, mais por dentro do que por fora. Os olhos parados, a boca quase não se move, meio sonhadora meio desacreditada. Aquele sorriso de quando vemos uma criança escrevendo cartinha pro Papai-Noel. Lentamente, a boca se arqueia só de um lado, de leve, só pra deixar a dúvida. Foi ou não foi um sorriso? Me perdi debaixo do chuveiro, de novo esqueci de tudo, ou pensei em tudo de novo desatentamente. Água quente e sol na janela: remédio bom pra qualquer coisa. Depois cheguei no quarto, fechei a porta, e liguei Toquinho e Vinícius no volume quase mínimo. Desde então meus únicos movimentos são os de digitar.
Me arrepia essa casa escura. Dá a impressão de que estão tentando se esconder ou ignorar a vida lá fora. Eu já tive motivo pra fazer isso. Não motivo pra me esconder e ignorar a vida. Não que fosse um motivo. Mas era uma justificativa, pelo menos. Apesar de que a palavra não é essa. Era algo que explicava, ainda que quase ninguém entendesse. Enfim, foi comigo, não com eles. E são eles que fecham as cortinas. São eles que não deixam ninguém ver o que vem de fora. Quando o escuro passou a me incomodar, já há bastante tempo, eu acordava e ia de cômodo em cômodo abrir as cortinas pro sol entrar. Pouco tempo depois, estava tudo escuro de volta. Eu quero escancarar as janelas, pôr a cabeça pra fora, deixar o vento e o sol entrarem. Eu faço isso. Aí, eles vêm e fecham tudo, e eu nem sei se estou ou não metaforizando. Não estava, a princípio.
O dia está gostoso. Há um ano, não era assim. Noites de pesadelos me faziam mal não só na hora que eu acordava como no dia inteiro. Bom que hoje foi diferente. Estranho, mas diferente, e um diferente bom. Mais uma surpresa. Agora vou publicar isso, já é noite. Esse cd é muito bom. O ideal agora é sentar na varanda com essa música e a lua (que anda linda nesses últimos dias, já pararam pra observar?). Ou tocar piano, seria bom também.
Tarde em Itapoã. Todo mundo conhece. Mas acho que ela merece um espacinho aqui. Tem o ritmo e os acordes perfeitos pra um dia como esse.
quarta-feira, 18 de junho de 2008
"cái a taaaardee, a tarde todaaa, na velocidade da luz..."
Nesse momento (3:30h), ouvindo Elis Regina, espero a aquarela secar pra mais uma camada, depois de errar uma ilustração inteira (que tomou 2h da minha jornada), depois de virar a casa atrás dos meus pincéis, depois de uma tarde me dedicando inutilmente à geometriadescritiva. A notícia boa é que as idéias que me faltavam chegaram logo. A ruim é que eu inventei (mais uma vez, esqueci que da última bateu o arrependimento) de ilustrar com aquarela. Tudo bem que os efeitos são tudo de bom, é a técnica mais linda do universo, maaaaaaaaaaaas, como disse a professoraperfeitaLuciana, o ideal é fazer uma meditação antes de encostar na aquarela. O que significa que tudo começa muito bem até aparecer o sono, e aí fica nítido no papel o que você fez ou não com lucidez. Sem contar que a espera entre uma camada e outra torna o sono inevitável e a noite muito mais longa, porque o que eu teria feito em 2h (com Magic color) eu fiz em 9h. Aí, metade do meu brinquedo ficou linda, a outra metade ficou zoada. E quem vai corrigir? Só as duas professoras mais perfeitas da UT, só as duas melhores ilustradoras do Paraná. (pânico)
Ontem (segunda) foi um dia maravilhoso. Mesmo sem dormir. Tirando o frio desgranhento, tirando as malditas aulas, foi um ótimo dia. Pra começar, não tive sono. Não dormi fazendo trabalho e fiquei super bem pela manhã, pasmem. Se não fosse o fato de ter que pegar ônibus num frio de 2º, estaria bem-humorada, inclusive (=O uau). O céu estava per-fei-to, o sol estava uma delícia. E aí ganhei uma pulseira linda de um jeito meeegafofo (ênfase no megafofo). Agora juntem isso ao céu perfeito, ao sol (belo, azul) e entendam as reticências...
Depois da aula, não quis voltar pra casa. Rodei no shopping (nenhuma loja incentivou meu consumismo, achei interessantíssimo, mas depois penso a respeito), pensei em ir ao cinema, mas com o céu tão perfeito eu precisava andar. Ouvindo o álbum “Cantada” da Adriana Calcanhotto, num dia bonito, a maior necessidade que se sente é a de andar sem rumo, de preferência berrando “cái a taaaaarde, e tudo paaaaarda”, mas não dá pra cantar assim na rua, então eu me contento em ouvir a música. O plano era andar até cansar, até dar vontade de ir pra casa, até querer pegar ônibus, até querer parar (traduzindo: o plano era andar até o MON, sentar na grama e pensar em nada).
No caminho, esbarrei com meu amigo, o Jan, e fui fazer companhia pra ele enquanto ele alargava a orelha comemorando a aprovação no teste do DETRAN. Literalmente arrombaram a orelha dele, meodeos, aquele cara não sabia o que tava fazendo, tenho certeza. Tirou litros e litros (mó cena Kill Bill) de sangue, ui. Pelo menos o nervosismo pré-piercing não foi descabido, hauahuahua, que mórbido!
Enquanto o Jan perguntava, de 5 em 5 minutos, “minha orelha ta sangrando?” intercalando com frases como “dói pra caralho!” ou “Carol, tá ardendo...”, decidimos fazer hora no Café Mafalda. Fechado. Café do Teatro. Fechado. Casa Lilás do Largo. Fechado. Fomos ao Mueller de uma vez, com um refil de coca do burguer king, cenas hilárias e algumas risadas. Depois disso dormi pra sempre. Meus professores diriam que foi um dia inútil porque fiz zero das coisas que deveria, mas foi super bom.
Trecho resumido de um dos diálogos de família durante minha hibernada. Se repetiram várias vezes.
Mãe: - Carol, você tem trabalho?
Eu: (pausa pra acordar e processar a mensagem) – Teeeennhhoo (duração de 10 segundos, aproximadamente)
Mãe: - E é pra quando?
Eu: - Provavelmente amanhã.
Mãe: - E você não vai fazer?
Eu: - Talvez.
Mãe: - Talvez quando?
Eu: - Não sei. Talvez não-agora.
Mãe: - E se você dormir até amanhã?
Eu: - Aí eu faço amanhã.
Mãe: - Não é melhor hoje?
Eu: - Não. Melhor hoje é dormir.
Mãe: - Mas, filhinha, e se você estiver sonâmbula e não sabe o que tá falando? Eu acho que eu deveria te acordar. Você não acha?
Aiai. =p
Hoje (terça) o dia começou com um sermão militar (patético, por sinal) do professorzinhoafetado. Resumo da manhã: não sei indesign (ai!) e não assisti ao filme-pastelão da aula de tecnologia sobre o qual teremos que escrever na semana que vem. De tarde, surtei em vão com GD, esculpi em vão tabletes de sabão com estilete (e tive meu protótipo 100% menosprezado pelo professor. Nas palavras dele -> “MEODEOS! Você não consegue fazer melhor? Se você me entregar ‘ISSO’ sua nota vai ficar baixa” ¬¬). Ou seja, me internei em vão na sala. Depois voltei pra casa, dormi duas horas, assisti a um filme, pensei na vida, comecei o trabalho, e depois de comer um miojo as 4h da madrugada, desconfio que Design não faz nada bem a saúde. Eu até tinha algo interessante pra escrever, mas vou lembrar com que cérebro?
Pois é. A faculdade me enlouquece, mas está tudo seguindo bem. Estou feliz com várias coisas. Uma delas é que percebi que bastante gente, mais do que eu esperava, torce por mim, de verdade, vejo nos olhos. Minha saúde está se esvaindo, hauahuahua, meu organismo clama por férias, mas, fora isso, está tudo muito bom, muuuito bom (ênfase no ‘muuuito bom’ =p). Agora ‘me-vou’ antes que não dê tempo de terminar os trabalhos (como se tivesse algum tempo).
Nota de hoje (quarta): Dia inútil. O tempo voou e eu nem vi. Quando dei por mim eram 10h da manhã e eu ainda estava em casa. Fiquei, durante 12h, fazendo o pior trabalho da minha vi-da. Ficou um li-xo. E eu entreguei pra Maristela. Logo pra Maristela. Se fosse pra Joselita, tudo bem, mas a MARISTELA! Ó céus. Já cansei de escrever aqui que eu dormi, parece que eu só faço isso. Dormi a tarde inteira, é, e agora vou dormir de volta. Boa noite, da próxima espero estar inspirada.
sábado, 14 de junho de 2008
get this party started
Ultimamente só funciono assim: uma página de Word aberta pra trabalhos e outra pra registrar pensamentos que surjam no caminho. Ainda que eu não os publique, ainda que sejam enviados por email, ainda que fiquem guardados, ainda que virem cartas não enviadas ou enviadas no futuro, ainda que sejam publicados e não digam nada demais. A verdade é que não consigo ficar em casa em silêncio, sentada, precisando fazer trabalhos em tempo integral sem me comunicar com ninguém. Tentei mandar mensagem pra celulares desabilitados, pensei em mandar mensagem pra minha garota de copacabana, a Petit, mas hoje ela deve estar ocupadona (=p). Tentei mandar mensagem pro Kzau e não tinha o número dele (=O). Pensei em me juntar com a Ju pra fazer trabalho, mas ela viajou... Enfim, queria carregar meus amigos todos pra cá, esvaziar a mesa, pra todo mundo fazer trabalho junto. Queria trazer meus amigos que moram longe aqui pro meu lado. Sei lá. Não queria estar em silêncio. Em reação a isso eu ligo o som alto e não me concentro de qualquer jeito porque fico cantando e batucando na mesa. Aí abro a página de word de nome “post” e escrevo qualquer baboseira enquanto tomo coragem de produzir.
Agora estou trabalhando no mais urgente, minha conceituação de Composição 2. É foda criar um brinquedo pra crianças quando sua infância não foi lá tão boa. Desde muito novinha eu fui obrigada a encarar coisas sérias demais, que agora ninguém vê com tanta seriedade, mas que em 96 era sério, e aos 6 anos ninguém deveria saber que existe. A partir daí não tive infância. Não sei do que crianças gostam. Não sei se elas se divertiriam com o meu brinquedo. Não sei se elas arremessariam as rodelas de madeira na cabeça do amiguinho, não sei nada. Peguei uma peça e bati na cabeça pra ver se machuca e machuca. Se algum pestinha resolver jogar o brinquedo no amiguinho vai doer um bocado. Talvez meu projeto não deva ser de madeira. Mas se fosse de plástico ia ficar feio. E, olhando alguns brinquedos do meu sobrinho, cheguei à conclusão de que vários deles machucariam se fossem arremessados na cabeça de alguém. Já to vendo que, ao contrário da primeira, a nota da minha segunda proposta vai ser ridícula. Vou destruir meu 9,2 da primeira metade do período e vou passar com 7 raspando. Em CG, vou estragar meu 10 pra pegar final com média 5 e passar com 7. Em GD2 vou estragar meu 10 e passar com 7. Vou pegar dp em Representação... e por aí vai. Talvez só consiga notas bonitas em Materiais e História da Arte. E meu coeficiente que era lindo vai cair super muito também ¬¬. Em função disso, me proponho, agora, a passar uma hora sem parar tentando tornar minha conceituação convincente. Já volto. (12h)
(12:08h) Ok, não se passaram nem 10 minutos desde que eu falei que passaria uma hora sem parar trabalhando na minha conceituação. Mas estou estudando sobre crianças (pra poder vender meu peixe direito) e achei algo muito lindo sobre bebês. Nos primeiros meses de vida, existem posições que acalmam e transmitem sensação de segurança. Muito fofo. O bebê junta as mãozinhas, dobra os joelhos e curva a coluna. Chamam isso de enrolamento. Isso proporciona bem-estar, relaxamento e tranqüilidade em função da tonicidade equilibrada de seus músculos. Aí ele fica calminho. Que fofo, não? No artigo que eu to lendo, falam pros pais respeitarem essa posição ao tirar o bebê do berço pra ele se acalmar mais rapidamente se estiver chorando. Se ele estiver sentado, um adulto o puxa delicadamente pelas mãos, e se o pequenino tiver uma boa coordenação motora, ele vai se agarrar aos polegares do adulto. Isso faz com que todos os músculos, desde as mãos até a cabeça, se encaixem, passando pelo tórax. Aí ele consegue pressionar os pés contra o chão e levanta. Muito lindo! Minha irmã passou por aqui agora e falou “você tá parecendo mãe!”, ahuahauahu, lendo sobre bebês.
(17h) Ok, passei várias horas me dedicando à minha conceituação e, nesse momento, me sinto BASTANTE frustrada. Consegui escrever um parágrafo que não diz muita coisa. Estou desdo meio-dia procurando o que eu preciso. E juro que não fiquei vendo fotos no orkut, nem conversando no msn, e o tempo que eu gastei escrevendo aqui foi pouco. Estou há praticamente 5 horas digitando “coordenação motora” no google e lendo todos os artigos que eu acho pra não encontrar quase nada do que eu preciso. Tudo que eu queria era saber como é o desenvolvimento da coordenação na criança desde que ela nasce até os 3 anos de idade. Não é pedir muito. Só achei um pouco sobre recém-nascidos. O resto de todos os artigos do universo só fala de crianças anêmicas, ou autistas, ou adultos, ou idosos. Estou vesga de tanto procurar e ler. Já li TANTO, já procurei TANTO.
(18h) Saí agora à procura dos livros de Biologia do Ensino Médio e dos livros de Anatomia da época em que minha irmã fez Enfermagem. Acho que não existem mais. E não conheço ninguém que faça Medicina que more perto. Aliás, não conheço ninguém que faça Medicina, acho. Eita. Tem um cara no meu prédio que faz, lembrei. Por que eu não fiz amizade com ele? Agora não dá pra interfonar e dizer “Ow, te vi meia-dúzia de vezes no elevador. Você poderia me emprestar um livro de anatomia pra eu estudar pro meu projeto de design?” Não dá, né? Seria um pouco estranho, talvez, só um pouco. AAAaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhh, eu estou enloooouqueeeeceeeeeeeeendooooooooooooooooooooooooooooooooooooo completameeeeente! E agora, depois de uma tarde me empenhando sem conseguir evoluir muito, tenho dúvidas quanto a ir pra festa do Cadut. Se bem que ficar em casa é pedir pra enlouquecer também. (19h) Ok, vou me arrumar. Get this party started on a Saturday night.
PS: Ingressos pro show da Joss Stone variam entre 200 e 800 reais. =O Nem queria ir ¬¬.
quarta-feira, 11 de junho de 2008
Irmã diz: Ai, só mais duas provas, um trabalho e férias!
Carol diz: Ai, que inveja! Hoje contabilizei quantos trabalhos tenho que fazer. Adivinha quantos!
Irmã diz: OITO!
Carol diz: DEZENOVE ¬¬!
Ela chutou 8 jurando ser absurdo, jurando que eu ia responder 5. São 19. De-ze-no-ve, em duas semanas. Quem não foi pra Manaus também tem 19. E nos dois primeiros meses de aula fizemos quantos trabalhos? Cinco, Seis? Dez, que sejam. Mas passamos dois meses arrumando o que fazer pra no final do semestre todos os professores perturbados nos atolarem trabalhos. Dezenove trabalhos. Quatorze dias. IMPOSSÍVEL!
E aí ninguém sabe por onde começar, e aí ninguém começa. E aí eu não começo.
Pelo menos hoje foi um dia em partes produtivo no Cefet. Passei duas aulas na marcenaria, aprendi a mexer em algumas máquinas, quase terminei meu mock-up e saí de lá cheia de pó de madeira. Não agüentava mais ir pra aula pra sentar e produzir zero coisas em sala. Claro que meus pedaços de madeira estão se quebrando, claro que eu vou demorar eras lixando aquilo, claro que eu vou me ferrar pra passar massa corrida, claro que eu vou gastar uma fortuna em tintas pra modelo e em impressão de pranchas. Claro que eu não vou entregar as duas resenhas amanhã. Claro que depois de ver minha irmã morrendo na madrugada eu não consigo me concentrar em nada, nem dormir.
Enfim. Essa falta de tempo me irrita. Me irrita não poder fazer tudo que eu gostaria. Me irrita não poder estar presente na vida das pessoas que moram longe, das que moram perto também. Minha grande amiga está passando por uma fase inesquecível da vida e eu não tenho tempo de acompanhar tudo de perto. Me irrita sumir assim. Me irrita viver em função de trabalhos. Me irrita não poder olhar um céu bonito pelo tempo que eu quero. Me irrita não ter tempo de dar a atenção que eu gostaria de dar. Me irrita não ter tempo pra sentar e conversar, sem me preocupar com o tempo, sem ter que correr de volta pra aula. Esses professores loucos me irritam! Me irrita não ter tempo nem de pensar. Me irrita não ter tempo nem pra prestar atenção, tanto quanto eu gostaria, nas mudanças que estão acontecendo em mim. Final de semana gostaria de fazer tantas coisas! Quero ir à festa do CADUT, quero ver a exposição da Casa Cor, quero ir ao cinema, preciso limpar minha barraca, preciso terminar de desfazer minhas malas, preciso fazer trabalhos. E quantas dessas coisas vou conseguir fazer? Odeio ficar adiando. E aí as férias vão chegar, vão voar, e começa a loucura de volta. Além de tudo, preciso mudar o endereço desse blog, mas não acho nenhum que me agrade. Odeio reclamar. Odeio escrever inutilmente.
segunda-feira, 9 de junho de 2008
N em muitas palavras e fotos
Voltando à viagem, duvido que alguém tenha interesse em saber os detalhes que eu vou escrever aqui, mas vou escrever mesmo assim mais como forma de registro do que qualquer outra coisa. Meu primeiro N, né? Tenho que mostrar pros meus netos, um dia, ou pros meus sobrinhos-netos. O hotel, em São Paulo, era muiiiito fiiiiim de carreira, meodeos. Era um tanto imundo, tinha o pior colchão de todos, um corredor aterrorizante até o quarto e manchas no lençol não quero nem imaginar de quê. Minha amiga, Bru, que mora em Guarulhos, foi lá me ver. Segundo relatos dela, aquela rua é desconhecida por todos, quase todos, exceto pela tiazinha que olhou feio quando ela perguntou onde ficava. Indo direto ao assunto, era uma rua de prostíbulos. Hauhauahuaah. Onnnde eu fui parar? O importante foi que eu continuei viva, em segurança, e gastei só trinta reais. No dia seguinte, sábado, fomos pra manaus. Pegamos outro hotel semi-fim-de-carreira, mas demos a sorte de ser do lado do cartão-postal da cidade: o teatro Amazonas. Tiramos um monte de fotos de lá \o/. Pra minha infelicidade, vi hoje que saíram todas tremidas.
Visitamos uns três pontos importantes nesse dia, conhecemos um pessoal de Bauru do N (era só olhar de longe pra reconhecer algum encontrista. Eles nos viram e gritaram na hora: “DESIIIIIIIIIIIIIIIIGNNNNNN!”), de São Luís e de Curitiba. A gente era muito pop, lá, meodeos, viramos atração. Um bando de branquelas andando juntas, o povo se empilhava no ônibus pra olhar, sabedeus por quê motivo, só sei que foi uma experiência meio assustadora. Vi cada cena que só acredita quem viu junto. Tinha gente que passava e falava “olha, são branquinhas mesmo”, ou falavam “Hi, girls, how are you?” achando que éramos gringas, e alguns foram bem agressivos também. Acho que o centro não é parâmetro, mas nos outros lugares pelos quais passamos, nos receberam muito bem.
Fiz um passeio de barco alucinante. No meio da floresta mesmo. Vi o encontro das águas do Rio Negro com o Rio Solimões. Parece água e óleo. Não se misturam mesmo. O rio negro é escuro que nem coca-cola. E o solimões é marrom, lamacento. Eles não se misturam nem um pouco. É incrível, lindo! Vi vitória-régia (sempre quiiis ver umaaaa \o/ vai ser dificil escolher a foto mais linda pra pôr aqui), vi bicho-preguiça, jacaré, cobra, pirarucu (esse peixão aí).... E encontrei os três tons de verde mais lindos de toda a minha vida. Acho que vou até pôr uma foto aqui, que tem um verde liiiiiiiiindo, sem nem um segundo sequer de photoshop. Fiquei encantada, maravilhada. Voltei com cara de boba. Olho as fotos e faço cara de boba de novo. E não paro de cantar as musiquinhas-trilha-sonora do N.

sábado, 7 de junho de 2008
N em uma palavra
E eu tenho sono, e eu estou escrevendo mal, e estou esquecendo meu nome.
Por agora, o N pode se resumir a uma só palavra: maraaaaviiiilhoooooosoooooo!
Boa noite!