hoje quis gritar o blues de Cazuza com o bumbo na praça
(pois há um incêndio sob a chuva rala)
pra todos os rostos - a cada verso um rosto.
a cada trecho, mais alguém
a cada frase uma dedicatória.
foi bom. o ato. cantar pra todos muito embora não ouçam.
hoje foi bom, amanhã não seria necessário.
mas nada muda o fato de que se encaixam em tantos, os versos, em tantos!
não deveriam.
é esse o grande mal,
o grande responsável por todo o mal.
não digo ser diferente,
gostaria de ser, tento ser
e procuro acreditar que venço um pedaço insignificante a cada dia
mas sou ainda e sempre parasita do mundo e da vida,
(condição humana, burra condição)
também há o verso meu
(que me esbofeteia a face a cada vez que se faz existir em sons)
somos iguais em desgraça, afinal.
uns mais, outros menos, somos todos iguais.
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
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