domingo, 2 de agosto de 2009

insone

Cada decisão pequenininha muda completamente o curso de uma vida inteira. O tempo inteiro aparecem oportunidades pra reviravoltas. Lembro delas e penso que jamais vou saber o que seria, com mais um pouco de coragem e desapego, o resultado de tudo. E esses sinais que eu sismo em achar que existem pelos quais me deixo guiar, serão reais ou serão manifestações do que eu quero que seja? Eu enxergaria sinais em outra situação totalmente diferente se eu a desejasse? Há detalhes que eu não sei sobre mim. Detalhes que todo mundo costuma considerar primordiais. Fazem um estardalhaço como se fosse regra nascer, crescer, andar, falar, saber tal e tal e tal coisa sobre si, descobrir um talento especial e executá-lo com real mestreza. Acho tudo historinha de filme que insistem em jogar pra realidade. Ou eu deveria mesmo saber mais de mim? E de mais quem quer que seja? Ou todo mundo cria as respostinhas só pra ter uma e pronto? Por muito tempo pensei que eu encararia minha morte bem demais, não teria medo, simplesmente aceitaria, me despediria de tudo, sentiria saudades mas seguiria em frente. Até, recentemente, me sentir a minutos de morrer e querer mais que tudo abraçar todo mundo de novo, querer me segurar nas pessoas que eu amo e chorar por não saber como privá-las de sofrer qualquer fração do que eu sofri quando estive no lugar delas. Lembrei dos meus últimos momentos com cada um, em cujos detalhes me detive com atenção, porque lembro de ter sentido medo de que fossem os últimos, porque conscientemente me despedi. Foi diante disso tudo que constatei: caralho, eu tenho medo! Há coisas que não tem como saber. Mas não ter controle suficiente sobre minha vida realmente me causa um efeito estranho de estremecimento, angústia ou ansiedade, algo entre a necessidade e o nervosismo. Daqui a dois anos, dois anos e meio, três anos... minha vida é um completo borrão na minha cabeça. Uma interrogação gigantesca e assustadora. Principalmente se as opções que prevejo forem mesmo as minhas opções. Assusta mesmo. E nada de blablablá a vida não teria graça se a gente soubesse o que vai acontecer, aproveite, aventura, surpresa, e o escambau ensaiado que todo mundo destrambelha a falar quando o assunto é esse. Na real todo mundo se contorce de medo do futuro. Tooodo mundo. E tooooodo mundo adooooraria uma bolinha de cristal pra ver o que acontece a longo prazo como consequência de nossas escolhas. Porque todo mundo vive e vê e sente como se nunca fosse precisar mudar os planos, como se os planos nunca pudessem ser interrompidos contra a nossa vontade, porque todo mundo acha que nunca vai precisar soltar algo sem o qual é difícil viver. E aí se POW o que você quis, achou lindo, dream lifestyle, tudoazul vida bela (e etc) não puder mais acontecer, o plano B vem no improviso. E se for uma merda de um plano B? Eu odeio não saber o que vai acontecer comigo em três anos. Realmente odeio.

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