Não gosto daquela exaustão psicológico-decadente que procede uma noitada. Digo não gostar não por todas as consequências e efeitos colaterais ou qualquer coisa de ordem moral, mas por nesses dias me sentir, mais que em quaisquer outros, indiscutivelmente frágil. Frágil, sozinha, vulnerável e perigosamente entregue às saudades/fugas/crises e afins.
O creme de 10 minutos pro cabelo está no meu há 7h. A televisão está chata, os melhores amigos incomunicáveis, a concentração de leitura impraticável. A música está alta ou baixa demais (há horas procuro a intensidade ideal), o cobertor quente demais pra temperatura de agora, o sono quitado. Os litros de reflexões que vêm e se atropelam não deixam que qualquer raciocínio se conclua, são dezenas de interrogações sem respostas, objetivos semidecididos e conflitos não-resolvidos. As palavras não saem (não as que eu preciso que saiam) nem escritas nem faladas porque é fato que tem dias nos quais não adianta nada conversar com qualquer pessoa ou escrever em qualquer papel. O papel não cura e as únicas pessoas que ouviriam qualquer das idiotices que eu precisasse proferir, que saberiam diferenciar o que eu falo por falar e falo por sentir, os que conseguem me ver sem qualquer véu de disfarce que eu tente adotar, por algum motivo, não estão presentes. E esse conjunto de sensações faz do meu um dia longe de ser legal.
Solitária a multidão, vazia. Saber que a inserção da forma que lembro chega pra mim cheia de venenos (e que de outra forma não seria) faz crescer explosivamente a impressão de estar totalmente sozinha com a multidão que está longe de me conhecer. Me sinto uma estranha, guardando tudo, sendo a única a saber quem eu sou. E quando pergunto "quem aqui conhece mais que minha carcaça?" não acho nome nenhum pra responder. Não que seja culpa de alguém, é de ninguém. Mas é inevitável não lembrar de quando não era assim. É inevitável não me sentir absurdamente sozinha e anônima (e tendo a acreditar que nessa condição há vários além de mim).
Há dias em que não somos nós. Algumas vezes num mesmo dia fugimos de ser pra evitar o tédio. Mas quando o equilíbrio parece alterado é melhor não forçar a barra, calar a boca e ficar em casa mesmo. Acordar, lembrar das últimas horas e discordar de muito é quase como um atestado próprio de burrice, porque é inacreditável como num surto qualquer de semi-insanidade ou pseudoeuforia a gente pode acabar sendo o que não gosta. Soprando aos quatro ventos reflexões nas quais não acreditamos, sorrindo e assentindo, dizendo coisas que não achamos legal dizer... e por quê raios? Começo a odiar muito do que lembro e a idéia de apagar atos, escritos, ditos se consolida numa ambição quase irresistível não fosse a impossibilidade de concretização. Vem a urgência de mudar tudo, ou quase. Ainda não sei tudo que vou decidir ser mas sei o que quero apagar, ao menos grande parte, e começo por agora.
Há que pôr o chão nos pés.
O creme de 10 minutos pro cabelo está no meu há 7h. A televisão está chata, os melhores amigos incomunicáveis, a concentração de leitura impraticável. A música está alta ou baixa demais (há horas procuro a intensidade ideal), o cobertor quente demais pra temperatura de agora, o sono quitado. Os litros de reflexões que vêm e se atropelam não deixam que qualquer raciocínio se conclua, são dezenas de interrogações sem respostas, objetivos semidecididos e conflitos não-resolvidos. As palavras não saem (não as que eu preciso que saiam) nem escritas nem faladas porque é fato que tem dias nos quais não adianta nada conversar com qualquer pessoa ou escrever em qualquer papel. O papel não cura e as únicas pessoas que ouviriam qualquer das idiotices que eu precisasse proferir, que saberiam diferenciar o que eu falo por falar e falo por sentir, os que conseguem me ver sem qualquer véu de disfarce que eu tente adotar, por algum motivo, não estão presentes. E esse conjunto de sensações faz do meu um dia longe de ser legal.
Solitária a multidão, vazia. Saber que a inserção da forma que lembro chega pra mim cheia de venenos (e que de outra forma não seria) faz crescer explosivamente a impressão de estar totalmente sozinha com a multidão que está longe de me conhecer. Me sinto uma estranha, guardando tudo, sendo a única a saber quem eu sou. E quando pergunto "quem aqui conhece mais que minha carcaça?" não acho nome nenhum pra responder. Não que seja culpa de alguém, é de ninguém. Mas é inevitável não lembrar de quando não era assim. É inevitável não me sentir absurdamente sozinha e anônima (e tendo a acreditar que nessa condição há vários além de mim).
Há dias em que não somos nós. Algumas vezes num mesmo dia fugimos de ser pra evitar o tédio. Mas quando o equilíbrio parece alterado é melhor não forçar a barra, calar a boca e ficar em casa mesmo. Acordar, lembrar das últimas horas e discordar de muito é quase como um atestado próprio de burrice, porque é inacreditável como num surto qualquer de semi-insanidade ou pseudoeuforia a gente pode acabar sendo o que não gosta. Soprando aos quatro ventos reflexões nas quais não acreditamos, sorrindo e assentindo, dizendo coisas que não achamos legal dizer... e por quê raios? Começo a odiar muito do que lembro e a idéia de apagar atos, escritos, ditos se consolida numa ambição quase irresistível não fosse a impossibilidade de concretização. Vem a urgência de mudar tudo, ou quase. Ainda não sei tudo que vou decidir ser mas sei o que quero apagar, ao menos grande parte, e começo por agora.
Há que pôr o chão nos pés.
Um comentário:
há de sair de casa pra tomar um banho
de chuva.
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