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Nesse período de silêncio virtual, páginas e páginas foram escritas (descobri um dias desses que foram páginas de um caderno inteiro O.o), folhas e folhas foram amassadas. Não que contivessem pensamentos descartáveis, dispensáveis ou inválidos (apesar de ter escrito muita coisa que julguei não prestar pra nada). Mas há coisas que não devem ser escritas. Há coisas que por serem grandes exigem comportamentos extremos: ou se fala ou se guarda.
Escrevi muitas folhas só pra mim, muitas só pra pessoas específicas, muitas pra ninguém (as mais confusas que não consegui endereçar nem pra mim). Algumas enviei pelo correio. Outras dobrei pra entregar depois, desisti e amassei. Outras amassei sem nem terminar de escrever. Outras ainda estão dobradas. Mas não escrevi nenhuma que coubesse coerentemente aqui. Há textos que não são pra todo mundo ler, e um blog é pra todo mundo. Nunca senti tanta dificuldade em escrever aqui.
Talvez eu devesse experimentar, vez ou outra, a sensação de não medir palavras. Sou capaz de passar uma hora inteira segurando a caneta, olhando o papel, sem saber como escrever o que eu penso. Não me concentro no que devo pensar, não me concentro no que devo resolver, não me concentro no que devo descobrir, não me concentro no que devo entender. Não sei se por comodismo ou por medo, mas pulo de um pensamento pra outro sem dedicar tempo suficiente a nenhum deles, sem concluí-los, numa evasão constante.
Nesse período comecei a entender que nem tudo se cura com música. Que não adianta mais ligar o som bem alto e esperar que tudo se resolva apenas assim. Depois de muito escrever sem chegar a conclusão nenhuma, começo a desconfiar de que passei muito tempo achando estar melhor enquanto apenas fingia que minhas limitações não existiam. Depois de muitos anos, muuuuuitos anos (até me senti velha agora, mas são quase 10 anos) senti saudade dos domingos em família. Nunca mais tinha sequer pensado neles. Nesse período descobri que eu nunca me acostumo a “precisar de pessoas”. Eu sempre me assusto quando me vejo precisando demais de alguém.
Nesse período, mais que tudo, cansei de ter tantas coisas por terminar. Dezenas de livros que li pela metade, dezenas de textos que escrevi só uma parte, dezenas de pensamentos que nunca concluo... Não concluo pensamentos porque me vejo precisando de palavras a certa altura. Só entendo quando acho as palavras. Se demoro pra achá-las me sinto desconfortável em minha pele e acabo deixando tudo de lado pra não ter mais que procurar. Parar de pensar sozinha pra começar a pensar em grupo fica difícil depois de tanto tempo engolindo as próprias explosões. Pensando sozinha dispensa-se palavras. Mais se sente do que se pensa. É bem verdade que também mais se foge do que se resolve. Mas pensar em conjunto faz com que as palavras se tornem necessárias. A questão é: que palavras? Como eu as descubro? Como eu as encontro? Às vezes me percebo invadida por uma vontade imeeensa de falar, mas não sei como, e desisto, ou levo mil minutos pra conseguir começar.
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Vê-se que esse foi mais um dos textos não concluídos. Lembro que deixei pra terminar depois, mas não sei mais o que eu queria dizer. E agora não sinto vontade de dizer nada sobre isso.
As aulas voltaram
Os professores nos desesperam
3° período arma revolução
O curso voltou àquele momento de união repentina para recepcionar calouros
Apesar das poucas expectativas em relação às matérias, estou feliz.
Estou feliz, mas estou doente... impossibilitada de levantar do meu leito.
Acho que não sou louca o suficiente pra reprovar no psicotécnico.
Depois de quase um mês sem postar, só isso que eu tenho a dizer?
É... aqui sim. A cada dia que passa sinto que tenho muito a dizer, mas não quero dizer aqui.
Só preciso dizer algo pra mostrar pros meus netos, se até lá ainda existir internet e blogs: Fui ao Show do Zeca Baleiro, as cadeiras eram numeradas, entrei pelos fundos, sentei na frente e no meio, os donos das cadeiras não apareceram e ninguém percebeu que eu não podia estar ali... eu assisti a tudo de graça.
Recado para os netos: Queridos pimpolhos, essa foi a primeira vez que sua vó burlou o sistema de segurança de algum evento, aos 18 anos de idade. O Zeca Baleiro era novinho também, acreditam? Existe uma foto minha do dia desse show, mas ainda não chegou às minhas mãos. Vou conseguí-la pra pôr aqui e mostrar pra vocês. Enquanto isso, vai uma do Baleiro. Grande abraço, saudades.

5 comentários:
sara logo!
:D
sara logo![2]
saldades de carol....
o cefet não tem mais a mesma graça!! =/ (exageraaaaada)
volta caroooll
Já sarou! (talvez não total total...
mas já tá de pé e talz.
hehehe
Ainda não tenho nenhuma aventura emocionante pra contar pros netos assim :(.
bjos!
PArafraseando Adriana:
Como eu queria que você entrasse por essa porta agora, e dissesse me adora. Porque meu coração dispara quando tem o seu cheiro dentro de um livro.
Bjos [2]
Não acredito que você foi num show dele sem pagar!!hahhha
Quem me dera ter essa audácia...
Tipo, ir num show dele já seria bom...agora, sem pagar?
Nossa, uau.
É, ando escrevendo mais ultimamente.O poema, se é que aquilo é mesmo um poema, ficou parcialmente registrado na contracapa do meu caderno de cursinho, por mais estranho que pareça.
Espero que te encontre mais vezes no cefet.
Se cuide menina, beijos.
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