quarta-feira, 27 de agosto de 2008
um dos curta-metragens nunca filmados
terça-feira, 26 de agosto de 2008
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
heal over
Minha flor de copacabana me dedicou a música do título e me abriu o sorriso no rosto. Sempre achei a melodia linda mas nunca tinha prestado atenção na letra... Ouçam! __________________________________________________
Surgiram centenas de músicas desconhecidas no meu pc e a única forma que tenho de ouví-las é através do mp3 player, o que me proporcionou agradáveis surpresas durante o dia. Entre frases e frases, chamou-me a atenção essa, em especial: "hoje é o primeiro dia do resto de sua vida". Não é nada inédita, eu sei, mas foi a primeira vez em que parei pra refletir sobre ela.
Pensar que hoje é o primeiro dia do resto de toda a vida faz com que "toda a vida" pareça muito tempo, embora isso fuja do conhecimento de qualquer um. Hoje é apenas o primeiro dia, o começo de tudo. Ainda há tempo de lutar, ainda há tempo de conquistar tudo aquilo que se almeja. É só o primeiro dos dias. Tudo pode ser. Ainda há tempo pra ouvir, pra tentar de novo, pra planejar de novo, pra resgatar o que há de mais importante. Ainda há tempo. Ainda há tempo pra correr atrás do tempo. Mesmo que o "resto da vida" seja só mais um mês. Por trás dessas palavras está a coragem, e a coragem permite que os dias últimos existam somente com o fim de recuperar o que se perdeu, com o fim de reencontrar a própria vida, com o fim de reencontrar a si mesmo pra tentar trazer de novo pra perto quem não se quer perder.
Hoje esgotei a minha cota. Esgotei meus minutos de altismo compenetrado, de horas sentada numa mesma posição, de óculos escuros para que não me vissem. E aí, surgindo alguém conhecido, eu dissimulava um sorriso porque os olhos estavam tampados mesmo, então eu me sentia disfarçada em meu próprio abismo. Olhando agora pros últimos 12 anos da minha vida, eu sempre tive um pouco disso, sempre tampei os olhos e sorri, sempre fui um pouco atriz (e quem não é?). Hoje esgotei a minha cota de gargalhadas superficiais. Esgotei. E a partir de agora vou ter coragem de falar "preciso de um abraço" porque foi disso que eu mais precisei hoje.
Me brotou, de repente, uma saudade imensa das pequenas coisas que vinham me alegrando os dias (não tão de repente, vem sendo "de repente" o tempo todo). Os cheiros, os sabores, os sorrisos. Deixei-as um pouco de lado involuntariamente e agora machuca não vê-las mais tão de perto. Sinto saudades de coisas tão recentes, outras tão antigas. Sinto saudades e culpa. Sinto o veneno de ter deixado voltar, ainda que por pouco tempo, quem eu já fui e deixei de ser. A toxicidade de pintar meus dias com a tinta dos defeitos que lutei tanto pra apagar. É ruim acordar e não se reconhecer. Acordei rápido, mas o tempo durou o suficiente pra deixar marca. E eu não gosto dessa marca.
Então fica difícil não estremecer ao ver os resultados de minha fraqueza. E fica difícil recuperar a força com esses resultados me esbofeteando a face diariamente. Fica difícil ver a ausência e não me sentir culpada. Fica difícil me convencer de que o que vejo não passa de uma impressão equivocada. Fica difícil. E como distinguir a verdade da paranóia? Como distinguir a culpa do medo? Como não sentir medo?
Enfim, esse é o primeiro dia do resto da minha vida, espero acordar amanhã pensando assim.
*bloqueio criativo-literário mode on
copo vazio.
um copo vazio.
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
escritos de um dia-de-férias qualquer...
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Escrevi muitas folhas só pra mim, muitas só pra pessoas específicas, muitas pra ninguém (as mais confusas que não consegui endereçar nem pra mim). Algumas enviei pelo correio. Outras dobrei pra entregar depois, desisti e amassei. Outras amassei sem nem terminar de escrever. Outras ainda estão dobradas. Mas não escrevi nenhuma que coubesse coerentemente aqui. Há textos que não são pra todo mundo ler, e um blog é pra todo mundo. Nunca senti tanta dificuldade em escrever aqui.
Talvez eu devesse experimentar, vez ou outra, a sensação de não medir palavras. Sou capaz de passar uma hora inteira segurando a caneta, olhando o papel, sem saber como escrever o que eu penso. Não me concentro no que devo pensar, não me concentro no que devo resolver, não me concentro no que devo descobrir, não me concentro no que devo entender. Não sei se por comodismo ou por medo, mas pulo de um pensamento pra outro sem dedicar tempo suficiente a nenhum deles, sem concluí-los, numa evasão constante.
Nesse período comecei a entender que nem tudo se cura com música. Que não adianta mais ligar o som bem alto e esperar que tudo se resolva apenas assim. Depois de muito escrever sem chegar a conclusão nenhuma, começo a desconfiar de que passei muito tempo achando estar melhor enquanto apenas fingia que minhas limitações não existiam. Depois de muitos anos, muuuuuitos anos (até me senti velha agora, mas são quase 10 anos) senti saudade dos domingos em família. Nunca mais tinha sequer pensado neles. Nesse período descobri que eu nunca me acostumo a “precisar de pessoas”. Eu sempre me assusto quando me vejo precisando demais de alguém.
Nesse período, mais que tudo, cansei de ter tantas coisas por terminar. Dezenas de livros que li pela metade, dezenas de textos que escrevi só uma parte, dezenas de pensamentos que nunca concluo... Não concluo pensamentos porque me vejo precisando de palavras a certa altura. Só entendo quando acho as palavras. Se demoro pra achá-las me sinto desconfortável em minha pele e acabo deixando tudo de lado pra não ter mais que procurar. Parar de pensar sozinha pra começar a pensar em grupo fica difícil depois de tanto tempo engolindo as próprias explosões. Pensando sozinha dispensa-se palavras. Mais se sente do que se pensa. É bem verdade que também mais se foge do que se resolve. Mas pensar em conjunto faz com que as palavras se tornem necessárias. A questão é: que palavras? Como eu as descubro? Como eu as encontro? Às vezes me percebo invadida por uma vontade imeeensa de falar, mas não sei como, e desisto, ou levo mil minutos pra conseguir começar.
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Recado para os netos: Queridos pimpolhos, essa foi a primeira vez que sua vó burlou o sistema de segurança de algum evento, aos 18 anos de idade. O Zeca Baleiro era novinho também, acreditam? Existe uma foto minha do dia desse show, mas ainda não chegou às minhas mãos. Vou conseguí-la pra pôr aqui e mostrar pra vocês. Enquanto isso, vai uma do Baleiro. Grande abraço, saudades.
